A Universidade do Porto inaugurou um Instituto Confúcio depois de ter assinado um acordo com a Universidade de Estudos Estrangeiros de Guangdong que tem em vista maior intercâmbio entre estudantes das duas partes. À Tribuna de Macau, a vice-reitora para as relações internacionais explicou os objectivos do projecto com a universidade chinesa
A partir de ontem, 24 de maio de 2019, a Universidade do Porto (UP) passou a ter um Instituto Confúcio. A cerimónia de inauguração contou com a presença do Embaixador da China em Portugal, Cai Run. “Embora a Universidade já tenha, através da Faculdade de Letras, um curso de mandarim, será naturalmente maior o impacto”, explicou a vice-reitora para as relações internacionais da instituição de ensino superior à Tribuna de Macau.
A par disto, a UP assinou um acordo com a Universidade de Estudos Estrangeiros de Guangdong que tem em vista a maior mobilidade de estudantes. “Tem vindo a crescer o número de estudantes de mobilidade da China e o interesse neste momento é a maior colaboração, as vantagens mútuas de termos uma cooperação entre duas universidades que têm, no domínio de ensino das respectivas línguas, um prestígio nacional e internacional forte”, frisou Maria de Lurdes Correia Fernandes.
No âmbito deste projecto, cabe a Guangdong assegurar “todo o material para o ensino do mandarim”, enquanto a UP cede o espaço para o Instituto Confúcio. “Esperamos que depois permita também a possibilidade de estudantes portugueses fazerem um período de estudos na China, em Guangdong, nomeadamente estudantes de mandarim e depois, estudantes de português em Guangdong que queiram vir à UP para um período de estudos da língua e cultura portuguesas”, explicou.
A vice-reitora fez questão de mencionar ainda a “boa relação” com Macau. “Temos aqui vários estudantes de Macau. Este ano, por exemplo, recebemos 31 estudantes”, explicou, sublinhando que o número de alunos da China tem vindo a crescer.
O fomento da ligação à China deve-se ao facto de ser “um país importante no quadro da geopolítica internacional, do ponto de vista cultural, económico”. “Naturalmente que Macau tem um significado especial devido às relações históricas pela importância também do Português em Macau, que ainda tem alguma procura por parte dos estudantes, e, sobretudo, a cooperação entre os dois países e entre as universidades que, em distintas áreas científicas, entenderam cooperar através não só da mobilidade científica dos estudantes mas também de docentes e ‘staff técnico’”, destacou.
Com a RAEM em particular, explicou Maria de Lurdes Correia Fernandes, a UP está em articulação com o Instituto Português do Oriente e com a Universidade de Macau, além de outras instituições de ensino superior. “Tem havido um crescendo no interesse, por parte das universidades de Macau e dos investigadores portugueses da Universidade do Porto, porque há uma abertura que resulta de memórias culturais, de referências que remetem para aspectos de culturas partilhadas ao longo de vários séculos e que criam um interesse e uma afeição particular”. Inês Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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