Dentre as cisões que animaram a nossa história cultural, a cisão Renascença Portuguesa-Seara Nova é,
decerto, uma das mais fracturantes. Perante ela, parece fácil tomar posição.
Tanto mais porque, historicamente, foi a Seara
Nova que parece ter vencido, pelo menos nesse plano retórico onde muitas
vezes, senão sempre, se joga o destino das histórias culturais. Segundo essa
mesma retórica, temos, de um lado – da Renascença
Portuguesa –, um movimento saudosista, logo passadista, logo reaccionário,
que, alegadamente, pretendia enclausurar Portugal em si próprio (partindo desta
perspectiva, mais ou menos expressamente enunciada, inevitável é depois
falar-se do “esgotado movimento da Renascença Portuguesa e da revista A Águia”; como visão contrapolar a esta,
refira-se, nomeadamente, a de José Marinho, para quem “com a ‘Renascença
Portuguesa’, e com tudo quanto se lhe segue em afinidade espiritual ou crítico
contraste, surge a mais funda transmutação na vida espiritual portuguesa desde
o Renascimento.”); do outro lado – da Seara
Nova –, temos um movimento progressista, modernizador, que, ao invés,
pretendia abrir Portugal à Europa, a todo o mundo… MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
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Desde 2008, "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"
Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)
A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)
Agostinho da Silvaterça-feira, 26 de março de 2019
Entre a Renascença Portuguesa e a Seara Nova, um século depois
Dentre as cisões que animaram a nossa história cultural, a cisão Renascença Portuguesa-Seara Nova é,
decerto, uma das mais fracturantes. Perante ela, parece fácil tomar posição.
Tanto mais porque, historicamente, foi a Seara
Nova que parece ter vencido, pelo menos nesse plano retórico onde muitas
vezes, senão sempre, se joga o destino das histórias culturais. Segundo essa
mesma retórica, temos, de um lado – da Renascença
Portuguesa –, um movimento saudosista, logo passadista, logo reaccionário,
que, alegadamente, pretendia enclausurar Portugal em si próprio (partindo desta
perspectiva, mais ou menos expressamente enunciada, inevitável é depois
falar-se do “esgotado movimento da Renascença Portuguesa e da revista A Águia”; como visão contrapolar a esta,
refira-se, nomeadamente, a de José Marinho, para quem “com a ‘Renascença
Portuguesa’, e com tudo quanto se lhe segue em afinidade espiritual ou crítico
contraste, surge a mais funda transmutação na vida espiritual portuguesa desde
o Renascimento.”); do outro lado – da Seara
Nova –, temos um movimento progressista, modernizador, que, ao invés,
pretendia abrir Portugal à Europa, a todo o mundo…
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