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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

África do Sul - Alunos universitários veem o português como uma língua de futuro profissional



A língua portuguesa é ensinada nas três mais importantes universidades da África do Sul, estando ainda prevista a introdução do português em outras duas instituições de ensino superior sul-africanas.

Na Universidade de Witwatersrand (Wits) estão atualmente inscritos 46 alunos, entre os quais oito alunos inscritos para o honours em 2019. A Universidade de Pretória teve, no segundo semestre deste ano, 45 alunos inscritos. A Universidade do Cabo teve um total de 78 alunos no ano letivo que agora termina, quatro dos quais concluíram este ano o major em Português. Há ainda seis novos alunos inscritos para 2019. “Tenciona-se introduzir o ensino de português nas Universidades do Free State, de Mpumalanga – em instalação, tendo sido aprovada este ano pelo Ministério do Ensino Superior a Faculdade de Humanidades – e do Kwazulu Natal. A concretizar-se, ficarão cobertas cinco das nove principais províncias da África do Sul”, revela Carlos Gomes da Silva.

Um grupo heterogéneo

No geral, na África do Sul os alunos a nível universitário formam um grupo heterogéneo, mais visível na Universidade de Witwatersrand onde há alunos sul-africanos, lusodescendentes, lusófonos e de outras nacionalidades a estudar a língua portuguesa. “Uma larga maioria dos alunos são sul-africanos que começam a aprender português pela primeira vez na universidade, no entanto, são os alunos lusodescendentes e lusófonos, que chegam ao ensino universitário com conhecimento prévio da língua, que completam o programa de major”, sublinha o coordenador do EPE no país.

Também na Universidade do Cabo o perfil dos alunos é variado. No primeiro ano, muitos escolhem português como disciplina de opção. São, em grande parte, alunos dos cursos de engenharia que pretendem, no futuro, trabalhar em Moçambique. Há ainda um considerável número de alunos que têm pais ou avós portugueses, angolanos ou moçambicanos e outros com motivações diversas, “desde curiosidade, visitas feitas a Moçambique sobretudo, e desejo de conhecer mais a cultura lusófona”, conta Carlos Gomes da Silva.

Já na Universidade de Pretória, de uma forma geral, os alunos aprendem português por razões familiares “ou por verem na língua portuguesa uma forma de maior empregabilidade”, completa.

A Coordenação do EPE na África do Sul tutela ainda o ensino em outros países da região sul do continente africano. A nível universitário, na Universidade da Namíbia a adjunta de coordenação assegurou a continuidade do programa de bolsas para a formação de professores de português e na Universidade do Botsuana os cursos de português para adultos chegam atualmente a 70 alunos. Neste país, a docente colabora ainda com o Secretariado da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), onde leciona um curso de língua para os funcionários daquela organização internacional.

Na Universidade da Suazilândia, a leitora está a preparar os programas e currículo para serem incluídos na licenciatura com a variante de Português (‘Portuguese Bachelor Education Programme’) e colabora ainda com o National Curriculum Centre (NCC), no desenvolvimento dos currículos de português para o ensino básico e secundário. E na Universidade do Zimbabué – onde há um leitor moçambicano ao abrigo de um protocolo de cooperação do Camões, I.P. com as universidades Eduardo Mondlane e do Zimbabué – o programa de português inclui cursos livres, major e honours, frequentados por 51 alunos.

Novidades em 2019

Para o próximo ano letivo, que começa no início de 2019, há várias novidades. Na Universidade de Witwatersrand vai começar a pós-graduação em Estudos Portugueses, que inclui uma componente de ensino de português como língua estrangeira, e está também pré-aprovado o mestrado para o ano de 2020, revela Carlos Gomes da Silva. Na Universidade da Namíbia, a licenciatura em ‘Estudos Portugueses’ foi renovada, “garantindo-se também a continuidade do estudo de português como opção na maior parte das licenciaturas da faculdade”.

Na Universidade do Botsuana o currículo da licenciatura em ‘Português e Estudos Lusófonos’ e respetivos programas foram revistos pela atual docente. Foi submetida para a aprovação do Senado “e esperamos que os primeiros cursos sejam lançados no próximo ano-letivo”, informa ainda.

Outra aposta do Camões, I.P. é o estabelecimento de protocolos entre universidades portuguesas e sul-africanas. A Universidade de Pretória tem já protocolos de cooperação com universidades portuguesas, de que é exemplo a Universidade do Porto, bem como com a Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique. Há neste momento um processo de negociações para a concretização destes protocolos, “que poderão passar por investigação conjunta e/ou intercâmbio de alunos e professores”, explica o coordenador do EPE.

Já este mês, na sequência da visita da Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, Teresa Ribeiro, e do Presidente do Camões, I.P., Luís Faro Ramos, à África do Sul, vão ser iniciados contatos entre a Universidade de Witwatersrand e algumas instituições universitárias portuguesas, intermediados pelo Camões, I.P., para o estabelecimento de protocolos de cooperação que têm por objetivo o intercâmbios entre estudantes e docentes dos dois países.

Cursos b-learning: uma aposta a manter

A Coordenação do EPE tem apostado ainda nos cursos b-learning, modalidade de ensino que combina a formação à distância e a formação presencial, e é reconhecida como projeto-piloto para as restantes línguas não oficiais na Universidade de Witwatersrand.

Os programas b-learning permitem “racionalizar os recursos e custos”, sublinha o coordenador, sendo desenvolvidos em vários cursos dos programas de português, nomeadamente língua, cultura, literatura e cinema dos países de língua portuguesa, nas plataformas das instituições universitárias.

Carlos Gomes da Silva refere que a Universidade de Witwatersrand tem atualmente o programa curricular de português mais completo, “oferecendo desde janeiro de 2017 todos os cursos de língua, cultura e literatura dos países de língua portuguesa em modelo b-learning – 50% presencial, 50% online”. A modalidade é desenvolvida pela leitora e um docente do ensino secundário da rede EPE, em estreita colaboração com a Coordenação de Ensino, o que permite oferecer todos os cursos do programa de major e honours.

“Na discussão desta modalidade, garantimos que as componentes dos cursosonline poderiam ser partilhadas pelas restantes universidades anglófonas da sub-região. As Universidades de Pretória, do Cabo, do Botsuana e do Zimbabué foram abordadas durante a segunda metade de 2016, tendo todas, manifestado interesse pela adoção do b-learning”, sublinha o responsável.
Cabe aos leitores e docentes das várias universidades, monitorizarem as componentes online, num processo que, segundo Carlos Gomes da Silva, representa uma redução de mais de 40% da carga horária de cada um deles, “tornando o processo de ensino e de aprendizagem mais económico e interativo”. Ana Grácio – Portugal in “Mundo Português”

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