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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

domingo, 18 de novembro de 2018

Internacional - França não quer Portugal na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”

A França estará a pressionar Portugal para não aderir formalmente à iniciativa chinesa, quando Xi Jinping visitar Lisboa no próximo mês. Fontes garantem que a Alemanha também está preocupada. Mas Portugal não quer desperdiçar o eventual investimento chinês no Porto de Sines



A França pediu a Portugal para não aderir à iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, de acordo com as revelações feitas pelo antigo secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães, numa recente entrevista ao jornal i. Maçães afirmou concretamente que “tanto quanto sei, o Presidente Macron enviou uma mensagem ao Governo português dizendo que ficaria muito desiludido se Portugal entrasse na iniciativa chinesa”. Ao Ponto Final, a presidente da Associação Amigos da Nova Rota da Seda, Fernanda Ilhéu, diz não conhecer essas pressões e, a existirem, considera-as “com certeza muito estranhas”.

A antiga directora executiva da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa lembra que “a União Europeia ainda não definiu uma estratégia clara sobre a sua participação na iniciativa ‘Faixa e Rota’, e embora em 2018 se tenham dado alguns passos nesse sentido, ainda não existe uma posição estruturada para um comportamento multilateral dos países membros, portanto o que estamos a verificar é que existem já países a avançar com memorandos de entendimento bilaterais e alguns projectos entre Países da União e a China no contexto ‘Faixa e Rota’ começam a tomar forma nomeadamente da Itália, da Grécia, da Inglaterra da própria França…”.

Já o investigador Paulo Duarte, autor do livro “A Faixa e Rota chinesa: a convergência entre Terra e Mar”, considera, também em declarações ao Ponto Final, que “são pressões expectáveis e naturais, sobretudo porque vêm de países que são eles próprios motores da União Europeia ao nível geopolítico, geoestratégico e geo-económico, França e Alemanha”.

Paulo Duarte lembra “a pressão natural que os Estados Unidos exerceram, ainda na era Obama, para evitar que 14 Estados europeus aderissem ao Banco Asiático de Investimento e Infra-estrutura. O certo é que as pressões do parceiro transatlântico viriam a revelar-se um fiasco, porque contra a vontade de Washington e na ausência de qualquer resposta coordenada da Comissão Europeia face à Faixa e Rota chinesa, uma parte significativa dos países-membros da União Europeia aderiu à iniciativa chinesa”, incluindo Portugal.

Para Duarte, “quem mais legítimo para pressionar Portugal a não ser países europeus, como uma França ou Alemanha, que querem preservar uma identidade europeia, tão abalada pelo anúncio do Brexit, pelo terrorismo, refugiados, entre outros?”. O Ponto Final contactou a Embaixada de França em Lisboa, solicitando explicações e outros detalhes, sem resultado.

A resposta de Portugal

Fernanda Ilhéu acredita que “o Governo português com certeza saberá lidar com essa realidade e distinguir o que são pressões concorrenciais e o que são os contornos de precaução na assinatura de memorandos de entendimento que não infrinjam as regras da União Europeia”.

O também investigador Paulo Duarte acredita que “Portugal será cauteloso”. Por um lado, “pesam os compromissos face à União Europeia, à OTAN e, em geral, a solidariedade e o sentido de pertença face a uma Europa em pré-convulsão de vária ordem. Por outro lado, Portugal será pragmático. Sines pesa na balança do pragmatismo, o gás natural, o eixo Panamá-Praia da Vitória (porto de águas profundas de que se ouvirá falar no futuro e que fica na Ilha Terceira, Açores), o sector dos seguros e da energia, a rota ferroviária que actualmente liga Yiwu a Madrid e que tenderá a terminar, no futuro, em Portugal (muito provavelmente em Sines, onde a terra abraça o mar)… Tudo isso são factores importantes, especialmente se se tiver em conta que a União Europeia é heterogénea e acusa sinais de fraqueza”.

Em resumo, diz Duarte ao Ponto Final: “Posso estar equivocado, mas não creio que Portugal feche a porta à ‘Faixa e Rota’ chinesa até porque de certa forma já está inserido nela. Basta lermos as notícias que dão conta do interesse veemente dos governantes chineses em tentar captar o olhar da China para Sines… Viria agora Portugal, apenas por causa das naturais pressões franco-alemãs, voltar atrás e dizer que afinal Sines e o investimento chinês já não são importantes? Não me parece. Muito pelo contrário. Agora, Portugal pode adoptar uma perspectiva moderada, não abrindo incondicionalmente a porta à China nem se fazendo total mudo face aos avisos franco-alemães, quando estes últimos pugnam por maior controlo estratégico (não necessariamente em Portugal mas na UE ‘lato sensu’) de sectores da economia considerados vitais”.

Já Bruno Maçães, que recentemente publicou o livro “O Despertar da Eurásia”, entende, na entrevista que deu ao jornal i, que “a questão é delicada e exige muita reflexão da parte do Governo português, porque há muito a ganhar, mas também, possivelmente, bastante a perder, qualquer que seja a decisão. Uma das razões pelas quais a decisão está em aberto é precisamente o facto de haver pressões dos dois lados”. O Ponto Final pediu um comentário ao Ministério dos Negócios Estrangeiros português, sem sucesso.

A visita de Xi Jinping

Segundo apurou o Ponto Final, que confirmou junto de várias fontes a informação tal como o ex-secretário de Estado a formulou, é a proximidade da visita de Xi Jinping a Portugal no próximo mês que dita esta agenda. A França, mas também a Alemanha, pretendem evitar que Portugal aproveite esse momento para se pronunciar abertamente sobre a adesão à iniciativa Chinesa, preferindo uma posição mais neutral.

A verdade é que, até ao momento, não houve uma declaração formal por parte de Lisboa, ainda que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa tenha afirmado em Maio deste ano, durante a visita a Lisboa do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, que “Portugal apoia firmemente a iniciativa ‘Faixa e Rota’ desde o seu início.”

Bruno Maçães fala numa “decisão estratégica e que tem também muito a ver com uma questão fundamental da política externa portuguesa que é a de saber se a política europeia e a nossa posição na Europa é sempre mais importante do que tudo o resto, ou se a nossa política europeia se encaixa numa política mais global. Julgo que nos últimos 20 anos não houve decisão mais importante para a política externa portuguesa do que esta que vai ser tomada nos próximos meses”.

Curioso é que, sem uma adesão formal, a França já tem projectos bilaterais com a China, que se podem enquadrar na iniciativa. E Macron, que esteve já este ano na China, prometeu voltar “pelo menos uma vez por ano”. João Meneses – Macau in “Ponto Final”

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