O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), no poder, defendeu hoje que as manifestações dos últimos dias mostram que os brasileiros querem que Dilma Rousseff governe, e disse que o partido não tem medo da guerra.
«As manifestações mostram o seguinte: queremos a paz, mas não tememos a guerra», escreveu Rui Falcão na sua página da rede social Facebook, no dia em que várias notícias dão conta de uma queda no apoio à atual Presidente e à possibilidade de o atual vice-presidente, Michel Temer (Partido do Movimento Democrático Brasileiro, PMDB), assumir o cargo de chefe de Estado já em maio.
De acordo com a edição eletrónica do jornal O Estado de São Paulo, que cita apoiantes do vice-presidente de Dilma, estão já em curso movimentações junto da elite política e empresarial para que Michel Temer assuma o cargo em maio.
"Vamos lutar e defender o Estado Democrático de Direito", disse o presidente do PT no Facebook, acrescentando: "Se eles acham que haverá estabilidade derrubando a Dilma, estão muito enganados. A estabilidade virá com o fim do impeachment [destituição] e a possibilidade de o Brasil voltar a crescer".
Sobre a nomeação do antigo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rui Falcão disse: "Lula é ficha limpa, portanto não há nenhuma razão para ele não ser ministro".
De acordo com o site da revista brasileira Veja, "o endurecimento do discurso, que lembra os de líderes de movimentos como Sem Terra e Sem Teto, dá-se dois dias depois de o PMDB fluminense [do estado do Rio de Janeiro] fechar acordo para apoiar o rompimento com o governo na convenção da próxima terça-feira".
Ainda segundo a revista, os apoiantes de Dilma temem que este movimento "dê início a uma debandada dos demais partidos da base, deixando a presidente cada vez mais sozinha para enfrentar o processo de destituição no Congresso".
O Brasil está a enfrentar a pior recessão em mais de um século e o maior escândalo de corrupção, que afeta algumas das maiores empresas nacionais, como a Petrobras, e chega ao mais alto nível político, ameançado destituir a própria Presidente, Dilma Rousseff.
Diário Digital com Lusa
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