Entre 50 a 100 pessoas estão esta noite numa vigília em defesa do Governo da Guiné-Bissau, em frente ao Palácio da Presidência, na capital, depois de conhecida a intenção do chefe de Estado de derrubar o executivo.
"Este Governo não cai" e "união, união" são algumas das palavras de ordem gritadas em crioulo pelos participantes na vigília, organizada por diferentes organizações da sociedade civil guineense.
A maioria das pessoas é jovem, mas há também guineenses mais velhos, entre os quais algumas "bideiras" (vendedoras de rua), que elogiam as melhorias registadas no país no último ano e, por isso, apoiam o executivo.
Dezenas de velas estão acesas na zona da Praça dos Heróis Nacionais, em frente à Presidência, onde foi reforçada a presença dos militares que habitualmente guardam o recinto.
"Hoje vamos ficar até à meia-noite, amanhã vamos sensibilizar mais pessoas", disse à agência Lusa o presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil, Jorge Gomes, que hoje participou numa reunião de organizações cívicas com o Presidente da República, José Mário Vaz.
"Ele disse-nos que não há coabitação com o primeiro-ministro e que iria usar as prerrogativas que a Constituição lhe dá", referiu Jorge Gomes.
Apesar de as organizações apelarem ao diálogo, José Mário Vaz terá respondido que "já estava farto de diálogos, que não ia dialogar com mais ninguém", acrescentou.
"Nós não queremos que o Governo seja derrubado porque achamos que está a trabalhar minimamente bem. Desde há um ano, as coisas melhoraram bastante", sublinhou Jorge Gomes.
A regularização dos salários dos funcionários públicos, as melhorias na iluminação pública, fornecimento de eletricidade e água são alguns dos exemplos apontados.
"Achamos que o país está no bom caminho", concluiu.
O primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, acusou hoje o Presidente de querer provocar uma crise a todo custo, sem justificações válidas, para destituir o Governo, e disse que ia lutar com todos os mecanismos possíveis para evitar a instabilidade política.
Diário Digital com Lusa
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