Díli, 16 nov (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak,
condenou hoje a "perseguição" e o "uso da violência" para a conquista
do poder na Guiné-Bissau, sublinhando que vai chegar um momento em que
as pessoas vão dizer "basta".
"Primeiro condenamos a perseguição e o uso da violência para a
conquista do poder, segundo, acreditamos que isto é passageiro e há de
ter um fim porque o mundo não vai continuar a admitir isto e os
guineenses também não", afirmou o Presidente timorense.
Taur Matan Ruak falava aos jornalistas durante uma conferência de
imprensa conjunta com o Presidente interino deposto da Guiné-Bissau,
Raimundo Pereira, que iniciou na quinta-feira uma visita de trabalho a
Timor-Leste.
"Se formos ver o passado Timor foi um bocadinho isso também. Chegou
um momento em que as pessoas acabaram por dizer basta. Acho que na
Guiné-Bissau vai chegar um momento que as pessoas vão dizer para. Para
não continuar", afirmou, acrescentando que o seu país está a fazer um
esforço para que isso aconteça.
Nas declarações aos jornalistas, o chefe de Estado timorense recordou
também que a Guiné-Bissau foi durante muitos anos uma inspiração para
Timor-Leste quando ainda lutava contra a ocupação indonésia.
"Com a honrosa presença do senhor Presidente aproveitei para
agradecer tudo o que a Guiné apoiou a causa de Timor, a luta, mas também
manifestar a nossa solidariedade e assegurar a disponibilidade de
Timor-Leste para continuar a apoiar a Guiné-Bissau na busca de uma
solução aceitável internacionalmente", acrescentou.
A 12 de abril, na véspera do início da segunda volta para as eleições
presidenciais da Guiné-Bissau, na sequência da morte por doença do
Presidente Malam Bacai Sanhá, os militares derrubaram o Governo e o
Presidente.
A Guiné-Bissau está desde então a ser administrada por um Governo de
transição, apoiado pela Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO), que pretende realizar eleições no país em abril do
próximo ano.
A maior parte da comunidade internacional, incluindo a Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), não reconhece as novas autoridades
de Bissau.
MSE // VM.
Lusa/Fim
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