*É um Lusófono com L grande? Então adira ao MIL: vamos criar a Comunidade Lusófona!*

MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
SEDE: Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa)
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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Desde 2008"a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Os fascistas de ontem e os democratas de hoje


Tornou-se um lugar-comum defender-se que a democracia nasceu na Grécia. Como acontece em (quase) todos os lugares-comuns, essa é apenas uma meia verdade. E nem sequer estou aqui a falar do (não) estatuto das mulheres e dos escravos na democracia grega – algo em geral escamoteado. Na presente circunstância, quero apenas recordar que, na Grécia Antiga, o discurso pró-democrático emergiu a par do discurso anti-democrático.
De tal modo assim foi que, mesmo no século XX, os pensadores assumidamente anti-democráticos se filiaram ainda em Platão. Exemplo paradigmático disso foi, entre nós, o caso de António José de Brito (1927-2013), assumidamente fascista, cujos “Diálogos de doutrina antidemocrática” (1975) são claramente, na forma e no conteúdo, diálogos platónicos.
Os democratas de hoje continuam a assumir-se como antifascistas – mas cada vez menos no conteúdo. Recorde-se, a este respeito, a sua reacção aos referendos no espaço europeu. Quando os resultados, como quase sempre tem acontecido, não agradam, logo irrompem os discursos sobre a alegada ignorância das massas, a sua falta de discernimento, a sua incapacidade de se centrarem nas questões em discussão, a sua escassa constância e fiabilidade, etc.
Os teóricos fascistas eram, a este respeito, importa reconhecê-lo, bem mais coerentes. Porque partiam do princípio de que as massas são de facto ignorantes e pouco fiáveis, afirmavam-se, coerentemente, contra o voto universal e nem sequer consideravam que os líderes políticos devessem ser populares. Numa espécie de “snobismo” político levado ao extremo, concluíam, com toda a coerência, que, quanto melhores fossem os líderes, mais naturalmente impopulares eles eram junto das massas.
Vêm estas considerações a propósito de uma notícia deste mês de Fevereiro: a da anunciada eleição de François Hollande para Presidente do Conselho Europeu, defendida, como seria de esperar nestes nossos tempos (em que já nada surpreende), por distintos líderes democratas. O mesmo François Hollande que, saliente-se, enquanto Presidente da República Francesa, tem batido todos os recordes de impopularidade, a ponto de nem sequer tentar a reeleição – facto inédito em França. Se os distintos líderes democratas europeus considerarem mesmo que François Hollande é a melhor escolha, então teremos que começar a reescrever toda a história da filosofia política. Caso contrário, estaremos em pleno teatro do absurdo.


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