A embaixadora de Cabo Verde em Lisboa, Madalena Neves, disse hoje
contar com "todos os países da CPLP" no apoio à candidatura da Morna a
Património Imaterial da UNESCO.
A diplomata falava à margem da assinatura do "Livro de Honra de Apoio
à Candidatura", durante a abertura do da segunda edição do Festival
Jovem da Lusofonia, organizada pela Associação "IUNA + Lusofonia", que
decorre na cidade de Aveiro até ao próximo dia 26.
"A Lusofonia é a nossa casa e esperamos poder fazer esta caminhada em
conjunto com todos os países da CPLP. Contamos também com todas as
comunidades cabo-verdianas espalhadas pelo Mundo, que são os
embaixadores de Cabo verde onde se encontram, e vão ter um papel
importante na divulgação e mobilização de apoios", disse à Lusa.
Madalena Neves antevê que a candidatura não vai ser fácil, mas
mostrou-se confiante de que contará com os "amigos de Cabo Verde" e os
apreciadores daquela música: iremos trabalhar com todos que apreciam a
Morna e que acompanharam os nossos artistas, particularmente a Cesária
Évora, que esteve em todo o Mundo a honrar a nossa música".
Para a representante de Cabo Verde em Portugal, a candidatura celebra
a Cultura, a História e a vivência das comunidades de Cabo Verde no
Mundo, sendo também uma forma de partilhar o que de melhor os
caboverdeanos têm.
"Queremos que seja um processo partilhado e daí a inclusão deste
momento neste Festival da Lusofonia, que marca também a construção da
CPLP", justificou.
Humberto Lima, presidente da comissão científica da candidatura e do
Instituto do Património Cultural de Cabo Verde, salientou que "a Morna é
uma manifestação cultural transversal a todo o caboverdeano, não só
internamente" como fora do país.
"A Morna começa a ganhar dimensões internacionais quando a vemos ser
cantada por um alemão ou uma japonesa e daí o Ministério da Cultura,
aproveitando o empenho de todo o povo ter proposto a candidatura da
Morna a património da Humanidade", disse.
Humberto Lima explicou que foram constituídas duas equipas para
servirem de base à candidatura à UNESCO: a comissão de honra e a
comissão científica a que preside.
"Antes disso tivemos de classificar a Morna como património nacional,
tendo em conta que é uma das manifestações culturais que é transversal a
todo o caboverdeano. Vamos primeiro fazer trabalho de investigação e de
recolha do máximo de informações, apresentar todas as manifestações
culturais que temos, relacionadas com a Morna e tentar levar a Morna a
outros públicos, como às universidades e às escolas", disse.
Outra vertente do projeto é fazer uma ampla divulgação da Morna com
concertos e valorizar os festivais de Morna que já se realizam em São
Nicolau, na Boavista e na Brava, descreveu.
Integradas na segunda edição do Festival Jovem da Lusofonia foram
inauguradas hoje as exposições "Um Olhar Sobre os Artistas Lusófonos",
"FADO" e "UCCLA - Lusofonia em Desenvolvimento".
@SAPO Timor-Leste
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