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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
SEDE: Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa)
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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Desde 2008"a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Sobre as comunidades negras do Ceará...



O Ceará Quilombola Que Ninguém Quer Ver

Cristina Couto
                                                                            
          No ano de 2006, quando tive a oportunidade de trabalhar na Vice Prefeitura de Fortaleza, me deparei com um mundo completamente desconhecido: as comunidades negras do Ceará. Uma realidade esquecida pela sociedade, pelas entidades que a representam e por nossos governantes.
        É verdade que no principio do governo do PT, em 2003, uma pequena luz se acendeu no fim do túnel, clareou um raio de esperança no coração dessa raça que tanto contribuiu e contribui para a economia e cultura brasileira, mas não passou de um facho de luz, de relâmpago que vez por outra surge e rapidamente desaparece no horizonte.
       A luta do movimento negro tem sido útil, mas não suficiente para o combate à discriminação racial e a injustiça social da qual seu povo é submetido.
                      O sentimento de injustiça e desconfiança é muito forte dentro de um grupo que historicamente amargou tanto sofrimento através da violência, e poucos são os seus representantes no cenário político nacional.
                      Refiro-me a alguém que possa dar voz e vez àqueles que até hoje continuam calados frente a tanta injustiça e desigualdade social, resquício da “Herança Maldita” que se arrasta por séculos.
               Elaborei, na época, o Projeto Ceará Quilombola, fornecendo subsídios para a construção de caminhos no avanço da luta pelos direitos do povo afrodescendente, com o objetivo de devolver a essa raça a estrutura que lhes foi negada.
              Pesquisando e registando as cinquenta e nove Comunidades em vinte e sete municípios cearenses, a maioria sem o menor conhecimento da sua representatividade e vivendo da agricultura, pude constatar as suas péssimas condições.
               A visita as Comunidades Quilombolas me mostrou que é possível superar desafios e sonhar com vários caminhos, trilhando sem desistir diante das barreiras. Isso me mostrou também o descredito da sua gente, já cansada de tanta exploração, de tantos trabalhos, seminários, congressos que nada resolvem.
  As Comunidades Quilombolas querem e merecem mais, querem descobrir o que restou dos costumes e hábitos antigos, a quem pertence o legado do saber no convívio com a natureza, e quantos são na realidade os seus integrantes, e as suas comunidades espalhadas pelo Ceará.
  O conhecimento da história dos afrodescentes, no Brasil, sugere a formação de uma consciência crítica sobre os problemas e possíveis soluções para a raça negra, com objetivo de devolver a esse povo a alta estima e a sua importância no cenário político, social e cultural do Brasil.
 Os governos precisam elaborar ações conjuntas que orientem, informem e ofereçam facilidades para o processo de desenvolvimento do Movimento e das Comunidades Quilombolas.
   Vamos deixar o blá-blá de lado e partir para o concreto, com uma proposta de trabalho que sirva de elo entre os órgãos competentes, o movimento negro e as comunidades quilombolas, buscando os benefícios sociais, resgatando a cidadania e devolvendo ao povo a identidade perdida.
 Esse resgate histórico será importante para todos os Quilombolas e suas comunidades percebam e conheçam a sua realidade e a sua identidade, e possam se orgulhar da sua negritude.
      O maior patrimônio de um povo é a sua história de luta e de resistência; é a história do seu passado e sofrimento e de conquistas que valem o seu sentimento de libertação. 

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