05/03/12
Começo por cumprimentar os membros dos corpos sociais e todos os consócios, agradecendo a todos a presença e, especialmente aqueles que entenderam assinar a petição para a realização desta AG extraordinária, que propus.
Devo, por isso, uma explicação a esta Assembleia.
A motivação e razão para tal iniciativa tiveram a ver com a proposta governamental para se acabar com o feriado do 1º de Dezembro (de 1640).
E não quero deixar de dizer, desde já, que considero tal proposta - infeliz e a todos os títulos lamentável – como mais um golpe desferido na independência Nacional.
Quer esta proposta se deva à ignorância, estupidez, ou obedeça a uma estratégia premeditada, o resultado é o mesmo e pesa, miseravelmente, sobre a nossa identidade e individualidade.
Não esperem de mim palavras “doces”, pois a negligência da acção política já ultrapassou, há muito, tudo aquilo que a mais ampla tolerância ou ingenuidade pode admitir!
Ora a SHIP existe – e não houve nem há outra razão para a sua existência – para defender a Soberania e independência Nacionais, lato senso e, em termos mais específicos, para combater o recorrente, insidioso e maldito, fenómeno do Iberismo, quer na sua forma externa – o que se tem que tomar como agressão imperialista – quer na sua vertente interna, cuja existência apenas pode ser tida como uma atitude de traição à Pátria.
Ora o feriado do 1º de Dezembro é o maior símbolo vivo e marcante, da mais extraordinária vitória que a Nação Portuguesa obteve perante o centripetismo hegemónico de Castela e, até, do próprio mundo inteiro.
Assume ainda foros de superior importância quanto a História de Portugal não definiu, até hoje, uma data inquestionável para a comemoração da sua independência, assumindo-se o 1º de Dezembro de 1640, senão como a data dessa efeméride, no mínimo, como a sua renovação, afirmação ou restauração, sendo este último termo que veio a designar a campanha política/diplomática /militar que durou 28 longos anos – e que se estendeu por quatro continentes e outros tantos oceanos.
Tudo isto para vir agora um governo legitimado por menos de 30% do eleitorado, propor uma barbaridade destas, que nem sequer fazia parte do seu programa de governo.
Isto é inadmissível e inaceitável e a SHIP, que se ergue altiva, desde 1861 – e que está na origem deste feriado, que é também o mais antigo de todos os existentes - e de que nós somos hoje os continuadores, esta nossa casa deve levantar-se a uma voz e em uníssono contra este disparate inominável. E deve ainda oferecer- se para liderar toda a oposição que os bons portugueses queiram, justamente, intentar.
Sem querer entrar na discussão, que parece inútil, sobre quais os feriados que se deviam acabar ou não, ou sequer se algum, direi que se poderá, no limite, acabar com todos eles, menos com dois: o 10 de Junho e o 1º de Dezembro, por razões que me parece ocioso explicitar, muito menos a esta assembleia.
Devemos estar gratos à Direcção por todos os esforços já feitos relativamente ao assunto em questão. Mas as iniciativas já realizadas não surtiram o efeito desejado, pelo que se torna necessário ir mais longe. Deveras mais longe.
E se os Corpos Sociais da SHIP saírem desta concorrida AG com um amplo apoio para darem outros passos, passam a ter uma legitimação e apoio reforçados. Daí a importância da sua realização.
Por tudo isto e porque necessitamos sair daqui com deliberações tomadas, passo a propor algumas acções a desenvolver pela SHIP, que solicito e insisto a AG a votar em bloco (por ser mais rápido), ou uma a uma.
A Assembleia Geral da SHIP mandata a Direcção:
• Para mobilizar o maior número de sócios da SHIP a fim de contrariarem, por todas as formas possíveis, tal desígnio;
• Para solicitar, de imediato, audiências aos PR, PM, Presidente da AR, Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Grupos Parlamentares, CEMGFA (e outras entidades que entender necessárias), a fim de lhes expor o mais vivo repúdio por esta iniciativa governamental;
• Para formular, desde já, um comunicado público, em que se repudia – nos termos mais firmes – a abolição do feriado do 1º de Dezembro (de 1640), aduzindo as respectivas razões, a fim de ser distribuído a todos os órgãos de comunicação nacional e regional;
• Para aproveitar o comunicado para o transformar num pequeno desdobrável, muito simples e barato, que possa ser distribuído, aos milhares, em todo o País;
• Para distribuir autocolantes com a frase “Não ao fim do Feriado do 1º de Dezembro”;
• Para contactar o maior número possível de Instituições/Organizações Nacionais, cujos estatutos prossigam objectivos patrióticos, no sentido de acompanharem a SHIP, no repúdio por esta ideia de Lesa Pátria;
• Para prosseguir com a petição nacional contra a medida;
• Para preparar (havendo viabilidade) uma marcha de protesto entre o Palácio da Independência e o Terreiro do Paço que finalizaria com um simulacro de Defenestração, um discurso patriótico e cantar-se o Hino da Restauração e o Hino Nacional;
• Para organizar uma presença, de protesto, nas galerias da AR, aquando da discussão desta malfadada proposta;
• Para organizar uma outra petição em que os subescritores se comprometem a não votar nos Partidos que votarem favoravelmente semelhante aberração antinacional;
• Para incentivar os membros dos corpos sociais em particular e os restantes sócios, em geral a intervirem nos “média”, relativamente a esta questão;
• Para contactar a RTP1 propondo a realização de um programa “Prós e Contras” sobre este assunto e, ainda a RTP2 programa “Sociedade Civil”;
• Para fazer uma declaração solene de que a SHIP jamais baixará os braços qualquer que seja a decisão final, jamais deixará de lutar para a reposição do feriado caso seja abolido – o que Deus não permita – e jamais deixará de promover a celebração de tão gloriosa data, enquanto houver um dos seus sócios que seja sobrevivo (esta declaração deverá ser acompanhada de um abaixo assinado dos sócios da SHIP comprometendo-se nesta declaração);
• Para tomar as medidas de emergência adequadas em termos de organização temporária para fazer face a esta situação inusitada (que não devia passar pela cabeça de nenhum verdadeiro português, muito menos por responsáveis do Estado), e de recolha de fundos necessários à execução da estratégia delineada.
Caros consócios o tempo urge
Viva o 1º de Dezembro!
Viva Portugal!
João José Brandão Ferreira
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