Dona Margaret Thatcher nunca foi detentora da minhasimpatia.
Seu passado autocrático,seus valores tendenciosos, asuspeita amizade com Pinochet e o modo como tratava os trabalhadores da suaterra, me deixavam ,no mínimo perplexa.Parecia um senhor feudal de saias.
Mas,o mesmo não posso dizer da Meryl Streep queconsidero um dos ícones da modernaHollywood, hoje tão carente de talentos.
Assim, fui ver o filme.
Meu marido viveu na Inglaterra durante a eraThatcher.Presenciou muita coisa como oendurecimento com os sindicatos, as privatizações,o enxugamento da máquinaestatal, a intransigência com os contrários e com o terrorismo, não fossem osingleses um dos maiores terroristas da Historia.
Mas,uma coisa posso dizer a seu favor:tinha “balls” quefaltavam a seu pacífico marido e são inexistentes nos últimos moradores da DowningStreet,10.
Não querer entrar na zona do euro é um a atitude dequase vidência; mas, podemos considerar que contou muito sua clarividência eexperiência.
Vejam no que deu essa União Europeia hojetotalmente nas mãos da Alemanha,que nos presenteou com duas guerras mundiais eestá preparando uma terceira.
Mas, estou aqui para falar do filme; uns gostam ,outrosnão.
Os amigos da Thatcher torcem o nariz para a diretora PhyllidaLloyd por mostrar uma Thatcher fragilizada,dependente e desmemoriada na velhice,vendo fantasmas no corredor.Comose isso não chegasse para muitos e pouco conhecidos seres humanos.
O filme conta a estória da Margaret de um modo quasefotográfico: não julga, não aplaude, não justifica. Thatcher vista porThatcher.
Uma das figuras públicas mais antipatizadas no mundoconfessa que adorava ser antipática;pelomenos não se importava em parecer bem na foto para ninguém.Fria,calculista,insensível perseguia seus objetivos sem se importar com quantoscorpos tropeçaria no caminho.
Mas, o filme vale a pena ser visto.É agradável e bemfeito.
Um dos takes mais interessantes do filme é quando aThatcher , ainda jovem,entra no Parlamento composto exclusivamente por homens ea câmera acompanha seus sapatos femininos entre centenas de negros sapatosmasculinos.Uma das mais belas cenas que assisti no cinema!
O apelido pejorativo dado a ela pelos russos – Dama deFerro – transformou-se num epíteto elogioso para uma mulher que não seimportava em ofender,irritar,contrariar,indignar e enfurecer qualquer um dos seus contrários e, o que é melhor,sabia oque estava fazendo e se orgulhava disso.
A interpretação de Meryl Street é magnífica e o Oscarcoroou essa performance. Eu diria que a atriz incorporou a interpretada.
Bom para o cinema e melhor para nós que tivemos o prazerde assistir esse filme.
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