José Jorge Peralta
(...) O sistema judiciário, o terceiro pilar da civilização, deveria ser incorruptível. Em muitos casos, é corrupto, como os outros, deixando a sociedade desguarnecida.
As autoridades não podem deixar prosperar a desordem numa área essencial do país.
O sistema jurídico, até agora, era o único espaço temido de que ninguém falava, por temor. Temido mas não impune às maracutaias. É um sistema hermeticamente fechado aos mortais. Mas nem por isso menos sujeito à corrupção.
Em tudo precisa haver transparência, ao se tratar da coisa pública. Os juízes desonestos desonram a toga e devem pagar pelos próprios erros, como o cidadão comum, sem condescendência, sem negligência e sem leniência.
Um juiz desonesto compromete a honra do judiciário. E se forem 20,30, ou 50, ou 100 ?!
Para punir os desmandos dos juízes, e preservar a dignidade, foi implantada, em 2005, a Corregedoria Nacional de Justiça – CNJ, ligada ao STF – Supremo Tribunal Federal. A CNJ está prevista na Constituição de 1988, (Art. 103-B)
3. A Corregedora do CNJ, Eliana Calmon, uma mulher forte e bem preparada, enfrentou a corrupção no judiciário. Fez a CNJ cumprir seu dever de punir os juízes corruptos. Quis recuperar a honra da magistratura. Isto é patriotismo.
O CNJ tem em andamento, segundo a imprensa, 65 investigações, algumas já com resultados drásticos para alguns dos corruptos togados.
Menos corrupção, mais justiça. Todo o juiz sensato deveria aplaudir, de pé. Uma maçã podre apodrece toda a cesta de maçãs.
Alguns pensaram que a CNJ fosse apenas mais um cabide de emprego. Enganaram-se e se assustaram.
A CNJ funciona de verdade e lavra a sentença que o corrupto merece. A corporis reagiu feroz?! Pior para eles...
Armou-se um movimento para reduzir-lhes as funções e área de atuação. Querem cortar-lhe as pernas.
Eliana, corajosa, saiu em defesa da justiça, com uma frase contundente que, se não fosse verdadeira, não seria dita:
A redução dos poderes da CNJ “é um caminho para a impunidade da magistratura, que tem infiltração de bandidos atrás da toga”.
Toda a gente sabe que ela sabe muito bem o que diz. Diz e pode provar. Os fatos o comprovam.
Apesar disto, o Presidente do STF, Antônio Cézar Peluso, leu uma manifestação de repúdio à corajosa juíza (?!), onde declarou:
“A CNJ repudia veementemente acusações levianas.
que lançam dúvidas sobre a honra dos juízes”.
Em vez de a homenagear tenta humilhá-la. Atitude assustadora.
Em vez de zelar pela defesa da juíza, repudiou sua ação. É como se o médico, em vez de cuidar das pessoas, quebrasse o termômetro, porque denunciou a febre do doente... Para saber mais, clique:
http://tribunalusofona.blogspot.com/2011/10/eliana-calmon.html
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