Portugal tem sido muito prejudicado desde 1990, altura em que aderiu à União Monetária que, em 2000, se tornaria no nefasto Euro. Esta moeda cara, feita à medida dos interesses da Alemanha, destruiu boa parte do setor exportador nacional e se nos mantivermos nesta moeda, iremos ser cada vez um protetorado alemão e menos um país independente e soberano.
O agravamento da crise financeira na Espanha e na Itália - em que cada um destes países precisa mais de 400 mil milhões de euros cada - recorda que ter uma Moeda Única sem uma Governação Única é impossível. E cuidado com a "solução" que se começa a cozinhar nos bastidores: a imposição por meios não-democráticos de um "ministério das Finanças" europeu e do fim da capacidade soberana mais fundamental (além da Defesa): a de cobrar impostos.
O euro nao vai resistir à crise espanhola e italiana. A opção de saída unilateral do euro é assim prematura. Esperemos o seu colapso, preparemos e façamos o nosso "trabalho de casa", saneando as nossas finanças, parando com este vício da dívida (que nos faz pedir emprestado 1.3. mil milhões por mês para pagar salários e pensões) e restauremos o nosso setor produtivo.
Portugal tem assim duas opções pós-Euro: ou adere a um novo "euro" dos países periféricos (que a UE pode querer criar) ou recupera a sua soberania monetária. A recuperar a sua soberania (opção que favoreço) tal deve acontecer recriando o Escudo em torno do padrão ouro, por forma a rentabilizar as nossas reservas (ainda as sétimas do mundo) e atribuir a esta nova moeda um valor fiduciário correspondente às nossas reservas em ouro. Portugal pode assim tornar a ser pioneiro, saindo do Euro e regressando ao padrão-ouro dar o exemplo ao resto do mundo.
Mas Portugal pode ir ainda mais longe. Pode aproveitar esse impulso regenerador e criar no mesmo momento uma "Moeda CPLP", ligada umbilicalmente ao padrão-ouro, físico (como o Franco CFA) ou virtual (como era o "ECU" europeu), mas contendo e relacionando-se com as reservas em ouro de todos os países da CPLP.
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