O governo decidiu no último dia do prazo vender o BPN ao banco angolano BIC por 40 milhões de Euros.
A proposta de aquisição de 100% das ações do BPN pelo Banco BIC é de 40 milhões de euros, a realizar na data de transmissão das ações.
Adicionalmente, caso o banco apresente um resultado acumulado líquido de impostos superior a 60 milhões de euros ao final de cinco anos após a data da transação, será pago ao vendedor uma percentagem de 20 por cento sobre o respetivo excedente, a título de acréscimo de preço, frisa o comunicado.
Estas são, para já, as condições conhecidas. Adicionalmente, Mira Amaral, presidente do Banco Bic Portugal, disse num canal televisivo que o banco irá manter 750 dos 1.600 trabalhadores, ficando a cargo do Estado português os custos com as indemnizações dos colaboradores dispensados.
O Ministério das Finanças refere ainda que a recapitalização do BPN, a efectuar antes do fecho do negócio, "ascenderá a cerca de 550 milhões de euros". Assim, "considerando também o esforço já realizado pelo Estado com a criação e a transferência de activos para as sociedades Parvalorem, S.A., Parups, S.A. e Parparticipadas, S.A., o total do custo do Estado com o BPN, descontado do preço de venda, ascende nesta data a cerca de 2,4 mil milhões de euros".
Recorde-se que o BPN foi nacionalizado em 2008 pelo governo de José Sócrates depois de terem sido detectadas graves irregularidades financeiras, ainda sob investigação criminal. Segundo o governo de então a nacionalização seria a melhor opção para evitar que a falência deste banco pudesse provocar uma situação de contágio nos restantes bancos portugueses. A SLN, sociedade até então detentora do BPN continua a sua actividade de grupo de investimento em vários sectores da economia portuguesa com grande sucesso e sempre em crescimento.
Segundo as últimas contas do Ministério das Finanças, o custo do BPN para os contribuintes portgueses é de 2,4 mil milhões de Euros.
O Núcleo Estratégico de Investidores (NEI), uma das entidades que estava na corrida à compra do Banco Português de Negócios (BPN), reforçou o valor da sua proposta na sexta-feira, para um montante que ultrapassa os 100 milhões de euros.
Mesmo assim o Ministério das Finanças decidiu dar preferência à oferta do BIC alegando que a decisão de optar por uma proposta feita por uma instituição de crédito "devidamente autorizada e a exercer a sua actividade em Portugal", assegura "a continuidade da actividade do BPN e tem em consideração a defesa dos interesses dos depositantes".
Fundado em Janeiro de 2008, o Banco BIC Português apresenta-se como o único banco privado angolano em Portugal.
Com sede em Lisboa, o BIC português tem a mesma estrutura accionista do Banco BIC (Angola).
Tem como CEO Fernando Teles e fazem parte do conselho de administração Isabel dos Santos - filha do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos -, bem como o empresário Américo Amorim, o homem mais rico de Portugal segundo a revista "Forbes", que possui cerca de 25 por cento das acções do Banco BIC.
Fonte: Notícias Lusófonas
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