"Para Fernando Pessoa, o Quinto Império, que surgiria após as quatro idades - Grécia, Roma, Cristandade, Europa - é um império de fraternidade e de paz universais, de acordo com o ideal de paz universal adoptado pelos rosacrucianos, depois de percorridas as etapas de um percurso iniciático em que o ser humano redescobriria a sua essência perdida, o que significa o reconhecimento do seu elemento divino. Finda a iniciação que conduz à redenção, o ser humano estaria preparado para viver num espaço que se situa fora das fronteiras portuguesas, um espaço universal. A Super-Nação, imagem especular do Éden Primordial, situa-se para além das fronteiras definidas pelos homens e é alcançada através da pulsão humana que encaminha o homem em direcção à sua natureza essencial."(...)
Gabriela Lança
Revista Nova Águia
Número 7
O Quinto Império cumprir-se-á apenas quando tiver lugar no interior de um número suficiente de indivíduos dentro de uma determinada comunidade. Os povos de fala lusófona estão particularmente preparados para realizarem no seio das suas mentes essa transição para esta nova forma de Estar perante o mundo, para realizarem no seu interior a revolução interior que por meio de uma alquimia mental transformará radicalmente as nossas sociedades, transferindo para o seu (devido) aspecto secundário a Economia e a Finança e colocando de novo o Homem, a Cultura e a Língua nos lugares principais da ação e intervenção humana. As sociedades (e dentro delas, as economias) devem ser capazes de suprir todas as necessidades básicas dos seus cidadãos (Saúde, nutrição e habitação), mas devem focar-se na plena satisfação das potencialidades criativas do indivíduo, única forma pela qual a genialidade latente em cada cidadão se pode manifestar, havendo o devido (e exigido) contexto e sendo este devidamente capacitado pela Educação e por uma sociedade e economia adaptadas por forma a aproveitar em regime ótimo esse contributo individual, enquadrando-o num desígnio comunitário mais global e rentabilizando ao máximo o seu empenhamento na solução dos grandes problemas da atualidade: aquecimento global, ambiente, pobreza, aproximação dos povos lusófonos, descobertas de alternativas à afundante união europeia, energias alternativas, novas formas de cidadania e expressão democrática, etc.
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