Mosteiro dos Jerônimos
Brasileira por nascimento e portuguesa por coração,quero fazer uma louvação à Portugal.
Se estivesse lá, na terrinha,certamente estaria em Guimarães,berço da nacionalidade,recordando Afonso Henriques,a batalha de Aljubarrota,cantando cantigas d’amor ou cantigas d’amigo,nos vetustos salões do castelo,esperando,quem sabe por milagre,cruzar com Dom Afonso indo ás cavalariças,para espairecer um pouco,entre os queridos animais,das intrigas da Corte.
Uma palavra eu tenho na ponta da língua quando avisto Guimarães:reverencia.!
Uma interrogação no olhar,uma ânsia de saber quem foram realmente essas pessoas,por que nasceu esse homem,por que lutou, em nome de que ideal morreu!?
Se eu morasse no Minho,certamente seria chamada de caçarelha,que lá é pessoa tagarela,que tudo quer saber e não guarda segredo.
O castelo visto de fora parece maior.
Há pedras do tempo de Dom Fernando e madeira mandada armar pela condessa Mumadona,mas,há também restaurações recentes;ora,não tem jeito,eu mergulho,de cabeça no rio da historia.quero saber,imaginar quais foram os antepassados desse povo heróico,marítimo,viajeiro, esse povo que está bem em qualquer lugar,mas,não esquece sua gente,sua pátria, que canta com mor a sua aldeia; esse povo que inventou o fado,a saudade ,o caldo verde,esses gigantes que construíram os Jerônimos,esses navegadores imortais que alargaram o mundo,fazendo dele seu quintal.
A historia ainda se faz presente em Guimarães.
O passado está lá,nas mesmas pedras brutas que sentiram os pés de D. Afonso e por onde passaram também os antonios,os manueis,os álvaros,os josé marias,toda a raça portuguesa,rija e forte,fibra de conquistadores.
Gostaria de dormir numa água-furtada em frente à Praça do Toural.
Vento, céu, solo, sol são os mesmos; e eu,tão pequenininha diante de tanta magnitude,sinto uma alegria imensa de estar aqui, louvando o que deve ser louvado,amando de paixão esta terra e este povo,meus ancestrais,feitos de lágrimas,sangue e saudades.
Portugal,jardim da Europa, á beira-mar plantado, meu coração é vosso!
Castelo de Guimarães
Texto de Miriam de Sales Oliveira
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