O MIL: Movimento Internacional Lusófono é um movimento cultural e cívico, registado notarialmente no dia 15 de Outubro de 2010, que conta já com mais de 5 MIL adesões, de todos os países da CPLP. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia (incluindo a Galiza). Defendemos o reforço dos laços entre os países lusófonos – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
Em que pode ajudar o MIL uma nação lusófona sem Estado como é a Galiza, e com a língua galega/portuguesa discriminada pola Administração?
O MIL tem apoiado e dado voz às reivindicações de todos aqueles que lutam pela autonomia linguística e histórico-cultural da Galiza, por reconhecer a Galiza como parte integrante do espaço lusófono. Continuaremos a fazê-lo, sempre que tal nos for solicitado por pessoas da Galiza. Fazemos questão que sejam as pessoas da Galiza a dar o primeiro passo. O MIL limita-se a apoiar-vos.
O MIL visa o reforço dos laços entre os países lusófonos. Poderia ser visto isso como uma espécie de neocolonialismo de Portugal nas suas ex colónias?
De modo algum, já que, na nossa perspectiva, a convergência lusófona será benéfica para todas as partes. De resto, é por isso que este caminho se está a cumprir: por ser um caminho paritário, feito numa base de liberdade e fraternidade. E por ser, como é cada vez mais evidente, o caminho do futuro, o caminho para que aponta a nossa História comum.
Recentemente nomearam Ximenes Belo Personalidade Lusófona 2010, destacado pola sua luta pola independência do Timor-Leste. Qual é a situação da nossa língua neste país atualmente?
A situação da língua em Timor-Leste ainda é frágil, mas o que importa sublinhar é que a vontade de que Timor-Leste permaneça um país lusófono continua forte. De resto, como eu próprio disse no discurso de entrega do Prémio, a que assistiram três membros do MIL da Galiza, que vieram expressamente a Lisboa para o efeito: “Timor-Leste será um país lusófono ou não será…”. Mas, obviamente, para que isso aconteça, importa que toda a Comunidade Lusófona se empenhe mais. Pela nossa parte, para além de múltiplas posições que temos tomado em defesa do futuro lusófono de Timor-Leste, conseguimos fazer já chegar lá vários milhares de livros. Sabemos que, em muitas escolas de Timor-Leste, há muito poucos recursos para ensinar a nossa língua comum.
Qualquer outro tema que tenham a vontade de comentar
Queria sublinhar apenas o nosso reconhecimento pelo apoio que a Galiza tem dado ao MIL. O que não nos espanta - pessoalmente, temos estado na Galiza várias vezes: em 2006, num Colóquio sobre os 100 anos de Agostinho da Silva; de 2008 para cá, em todos os semestres, por ocasião do lançamento de cada número da Nova Águia: Revista de Cultura Para o Século XXI, onde muitos membros do MIL colaboram (inclusive galegos). Temos sempre sentido o empenho de muitos galegos (cada vez mais) neste caminho comum da Convergência Lusófona.
Fonte: http://www.galizalivre.org/?q=noticia/05.03.2011/renato-epif-nio-o-mil-tem-apoiado-e-dado-voz-s-reivindica-es-de-todos-aqueles-que
Sem comentários:
Enviar um comentário