"O Presidente-executivo da Portugal Telecom esteve esta semana a identificar novos países para expandir a actividade da operadora em África. (...) "Decidi visitar países onde já temos operações, como a Namíbia, Moçambique e São Tomé e Princípe, mas também outros destinos. Há várias opções em análise (...) Queremos aumentar a nossa área de intervenção em África, estar presentes em mais países e controlar mais empresas.
A presença da telecom portuguesa em África faz-se sentir sobretudo nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.
Presença da PT nos PALOP:
Cabo Verde na CV Telecom
PT 40%
Estado: 41.3%
São Tomé e Princípe na CST
PT 51%
Estado: 49%
Angola na Unitel
PT 25%
GENI, Mercury e Vitatel 75%
Moçambique na LTM
Parceria com a Telecomunicações de Moçambique
Fonte:
Sol de 18 fevereiro de 2011
A Portugal Telecom não é exatamente uma "empresa portuguesa" já que a dispersão em Bolsa do seu Capital coloca a sua maioria em efetivas mãos estrangeiras... Mas a sua gestão ainda é portuguesa e a estratégia de projeção da empresa é claramente lusófona, com um grande enfoque nos PALOP e no Brasil. Esperemos que assim continue a ser e que a empresa continue a ser um factor de união e aproximação entre os povos lusófonos.
A questão está contudo em saber se uma empresa privada, maioritariamente nas mãos de interesses e capitais estrangeiros pode ser um agente efetivo, consistente e estrategicamente empenhado na aproximação dos povos da lusofonia ou se será apenas um motor de geração de lucro e de valor accionista para aqueles que a controlam: e a resposta só pode ser não. O lucro (perfeitamente legitimado pelo caráter privado da PT) não pode ser o único motor de uma empresa estratégica para Portugal e para a aproximação dos povos de língua portuguesa. Foi um erro estratégico privatizar a PT (um erro a que fomos forçados pela UE), mas agora que a PT se tornou em apenas mais uma operadora de telecomunicações resta a pergunta: não deveria existir uma empresa de capitais públicos, portuguesa ou - idealmente - de vários países da CPLP que fosse capaz de intervir e estar presente em mercados que sejam menos interessantes na perspetiva comercial mas onde é precisa uma presença de uma operadora de telecomunicações global e moderna? Esta "SuperPT" lusófona (eventualmente até com capitais da própria PT) poderia revelar-se um agente fundamental na aproximação lusófona que serve de eixo principal aos objetivos do MIL: Movimento Internacional Lusófono.
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