Para 84% dos brasileiros, que numa pesquisa recente avaliaram a sua presidência como boa ou óptima, a resposta será não.
Lula deixa o cargo como um vencedor e os números estão lá para comprová-lo: o Brasil tem hoje mais 13,2 milhões de empregos do que em 2003, registou em oito anos um crescimento total de 37,3% a uma média anual de 4%, triplicou as exportações e consolidou a sua posição de economia emergente no panorama internacional - um processo que, segundo o ainda Presidente, pode tornar o Brasil «a quinta economia mundial» dentro de «cinco ou seis anos».
Foi gostoso demais
Na última semana de mandato, Lula afirmou que Governar o seu país foi «gostoso demais» e garante que não tem intenção de voltar: «A Dilma será a minha candidata em 2014. Só existe uma hipótese de ela não ser candidata, que é ela não querer».
Agora espera que o povo que o idolatra apoie a companheira do Partido dos Trabalhadores (PT) que escolheu para o suceder na presidência: «Dilma vai precisar de todo o apoio», alertou durante a 279.ª e última edição do Café com Presidente - um programa televisivo emitido nas manhãs de segunda-feira, em que Lula aconselha Dilma a aproveitar «o máximo possível».
O conselho de Lula reflecte o desejo da maioria do eleitorado brasileiro: que Dilma seja na presidência o que foi na campanha eleitoral - a figura da sucessão. Mas, para já, a antiga guerrilheira marxista que Lula levou para o PT apresentou um Governo com apenas oito ministros de Lula entre os 37 ministérios.
A influência do mentor aumenta se considerarmos que outros oito ministros fizeram parte dos Governos anteriores mas não lideravam nenhum ministério. E torna-se inequívoca quando se constata que 42,8% dos 1.305 cargos de direcção e assessoria governamental são ocupados por sindicalistas. Isto num Executivo cuja líder nunca aderiu à causa sindical.
A carga ideológica fica ainda garantida pela presença de 17 ministros filiados no PT e nas nomeações da histórica figura do PT António Palocci para chefe da Casa Civil - cargo ocupado por Dilma entre 2005 e 2010 - e de Gilberto Carvalho, antigo chefe de gabinete de Lula, para o cargo se secretário-geral da presidência
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