J. Jorge Peralta
Uma luta campal, a guerra ao tráfico, foi deslocada de seu eixo natural, para um lugar em que nunca poderia ter chegado...
O Governo do Rio de Janeiro está agindo, como certos médicos que procuram sanar os efeitos da doença e esquecem de sanar as causas. Conclusão: a doença vai se tornando crônica. As causas vão se agravando e consolidando.
Mobilizam-se pesadas forças policiais, juntamente com um arsenal bem treinado e poderoso das forças armadas. Os morros tremem; treme o Rio de Janeiro; o Mundo fica embasbacado com um cenário de guerra e violência, naquela que consta nos anais do Ocidente, como a Capital mais bela do mundo: a Cidade Maravilhosa.
O Paralelo de violência com Cabul, no Afeganistão, feito pela imprensa, foi espontâneo e triste. O Rio não merece tanta violência. Tantas mortes de criminosos ou de inocentes...
O Rio de Janeiro, engalanado pela Bahia de Guanabara, pelo Morro da Urca, pelo Corcovado, pelas belíssimas praias de Copacabana e Leblon e outras mais. O Rio da Garota de Ipanema, de Vinícius de Moraes, e de tantas beldades e grandes intelectuais; o Rio de tão majestosos carnavais, e de tantas belezas naturais, não merece ser palco de tantas e tão sórdidas violências, embora localizadas...
Decididamente, o palco de tanta violência está fora de lugar.
O Rio não produz, nem refina cocaína e outras drogas, nem produz fuzis de tão alto poder mortífero.
Tudo isso se produz nos países vizinhos: na Bolívia, na Colômbia e no Peru. Por onde entram os fuzis e a pesada munição? Pelas fronteiras com os vizinhos.
Tudo passa pelas amplas fronteiras do Brasil com seus vizinhos. O Brasil tem 16.886 Km de fronteiras terrestres com seus vizinhos e uma ampla “fronteira” marítima de 7.367 Km.
É por aí que entra a droga e pesados armamentos. É aí que se garante a segurança do país onde os redutos de droga e violência são meros intermediários de um negócio que gerencia anualmente muitas dezenas de bilhões de dólares.
A violência do Rio é então uma questão de ganância internacional que vitima a cidade. O Rio é a vítima visual.
Vamos então seguir a lógica pragmática:Vamos combater o narcotráfico nas fronteiras, longe de nossas populações pacíficas.
Depois desta mudança de rumo, podemos ver o Rio sorrir. Podemos então voltar a cantar:
“Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil...”
No entanto, atenção: Apesar da violência local e ocasional, o Rio continua lindo...
Nota: Para completar, escute:
Cidade Maravilhosa. Clique:
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