(A Propósito de uma Notícia Postada no Mil-Hafre)
J. Jorge Peralta
Como é normal, embora inóquo, de quando em quando surgem, em cena, os frustrados da ex-futura União Ibérica.
Na geopolítica atual, inclusive na União Européia, não há lugar para tramar a “invasão” da soberania de outros povos, ainda que por vias oportunistas...
É necessário, à partida, deixar esclarecidos os termos e seu significado: Quando se fala em União Ibérica, o que se prega é a anexação de Portugal à Espanha, sob a tutela de Castela. Consequência: Portugal perderia sua identidade e a sua soberania. Por extensão, perderia a sua língua, a sua história e a sua cultura. Os grandes feitos portugueses passariam a ser espanhóis (o cúmulo da afronta). Então a pretendida União Ibérica é traição.
Não explicito outras consequências trágicas por serem degradantes só de as nomear. Não esqueçamos que a Pátria é o bem maior das pessoas . Atacar a Pátria de alguém é abrir uma guerra inconsequente...
Toda a discriminação é odiosa... A xenofobia é atraso de vida...
A dimensão de tudo isto seria mais trágica ainda: a Espanha mira na anexação de Portugal, para produzir o grande império espanófono, com a anexação e destruição sistemática do mundo lusófono. A primeira machadada seria na nossa língua, que Cervantes classifica como “a língua mais sonora que existe no mundo”.
Leia (http://globilingua.blogspot.com/2008/03/desafios-da-lusofonia.html)
As pessoas que tramam tais desfechos deveriam saber que Portugal não é uma simples questão de poder político e econômico. Ser Português é, antes de tudo, um modo diferente de ser e de estar na vida e no mundo. Isto exige soberania política, econômica e cultural. Exige liberdade de ser e de pensar, na própria língua.
Portugal é antes de tudo, um patrimônio imaterial da humanidade. Tem dentro de si valores que outros povos exaltam e que os próprios portugueses desconhecem.
Não sejamos ingênuos...
Há pessoas que buscam benesses na Espanha, mediante a venda da própria cidadania, tentam trocar a cidadania “por um prato de lentilha”. Foi a estratégia de Saramago e outros artistas e políticos entreguistas, portugueses por acaso. Foi a estratégia do Conde Andeiro, de Miguel de Vasconcelos e de muitos outros.
É de lastimar que alguns portugueses, diante das dificuldades que o país passa, em vez de levar ao poder pessoas, honestas e de comportamento ético que queiram o bem da nação, sem usurparem os bens do povo, optam pela aventura mais arriscada, condenada por todo um passado de traições, acreditando em falácias.
Poderíamos dizer que são as “Viúvas do Iberismo”. Nós somos ibéricos, sim, mas como espaços soberanos múltiplos. Iberismo não é espanholismo, como alguns confundem. Diria, simplificando, que ibéricos são todos os nascidos na Península Ibérica. Que uma região não queira se apropriar do nome. Os Ibéricos precisam saber se respeitar fraternalmente, como irmãos, cada um com suas especificidades lingüísticas e culturais. Aceitar a pluralidade
Quem quiser se informar sobre como os espanhóis (castelhanos) anexariam Portugal, leia:
<http://globilingua.blogspot.com/2008/03/olivenca-um-paradigma.html >
Nós acreditamos e pugnamos por uma real e digna União dos Povos Ibéricos – UPI <http://globilingua.blogspot.com/2008/03/organizacao-dos-povos-ibericos.html>, respeitando a soberania de cada um.
Somos, no mínimo, 8 (oito) povos ibéricos que comporiam esta UPI: Portugal, Galiza, Castela, Catalunha, País Basco, Andaluzia, e outros, que não cabe a mim especificar. (Ver: <http://globilingua.blogspot.com/2008/03/organizacao-dos-povos-ibericos.html>
A notícia sobre as declarações de Maria de Medeiros, não fica bem no MIL, a não ser por intenção provocativa. Não é notícia que mereça respeito. É problema pessoal da artista. Não podemos estimular antagonismos divisionistas, mas sim o respeito mútuo e plural.
Nota: Este texto vem a propósito da notícia publicada pelo MIL: <http://mil-hafre.blogspot.com/2010/11/da-uniao-iberica-logica-da-batata.html>
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