"A cultura do consumismo, não obstante, pretende reduzir seres humanos a homúnculos, competitivos e insaciáveis consumidores de bens, a objetos de manipulação pelo mercado querendo sempre mais, sem mesmo saber porquê!"
Sam Cyrous
Revista Nova Águia
Número 6
A encarnação atual desse demónio resiliente e eternamente (?) mutável chamado "Capitalismo" assume efetivamente hoje uma expressão muito assente no consumo massificado e sempre crescente. Segundo as métricas universalmente adotadas o crescimento da produção e do consumo são permanentes e a crise aparece desde logo, não quando o crescimento se torna em diminuição, mas apenas logo que este abranda!
A prazo o grande paradigma do Capitalismo atual tem em si mesmo o gérmen da sua própria destruição: a impossibilidade material e lógica de que algo possa crescer sem limite e eternamente. O Capitalismo - que exige recursos materiais e energia crescentes - não pode manter-se na sua forma atual durante muito mais tempo. Simplesmente não há "Terras" em número suficiente nem Energia para que persista neste ritmo durante muito mais tempo... Quando, enfim, essa contradição for demasiado evidente, então o Sistema irá colapsar em si mesmo, violentamente e em permeio de muita violência.
O momento do tremendo impulso que leva o Capitalismo é enorme, tamanha é a influência do Capitalismo em todas as atividades humanas atuais, desde a Cultura, à Segurança e Defesa até, sobretudo, à Política. Mas quando este enorme, omnipresente e (aparentemente) omnipotente Monstro cair no abismo da raridade de matérias-primas e energia, o eco da queda será tão grande quanto o é hoje a dimensão do Monstro... e se surgir na nossa geração todos o conheceremos de frente... a menos que consigamos transformar as nossas sociedades em economias sustentáveis, com baixos padrões de consumo, é para este abismo que caminhamos. Impedir este colapso violento é ainda algo que está ao nosso alcance. Ainda. Mas não durante muito mais tempo...
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