"[Portugal] era também um "carrefour" de raças, etnias, religiões e culturas diversas, que conferiam ao seu povo uma inegável capacidade de conviver com o diferente, de aceitar os contrastes e transformá-los em seu favor."
Lauro Moreira
A grande diferença entre o "império" (entre aspas porque nunca foi um verdadeiro império territorial ou colonial) português e os demais impérios europeus que se lhe sucederiam é precisamente a matriz mulata do povo português, profundamente constrante com a (suposta) pureza racial de ingleses, franceses, holandeses, alemães e até, dos nossos "irmãos" ibéricos castelhanos. Todos se julgavam etnicamente superiores aos povos conquistados, todos acreditavam piamente que o Eu era superior ao Outro, enquanto que os portugueses - pela saudável mistela racial no seu sangue - sabiam que o Outro eram... Eles.
Com efeito, mais nenhum outro povo europeu (isto supondo que os portugueses são realmente europeus, o que não é de forma alguma, líquido...) congregou em si tal fusão de culturas, etnias e religiões: sucessivas invasões foram depositando sedimentos étnicos, linguísticos e religiosos diversos e frequentemente antagónicos sob o nosso território e foi do cruzamento e da simbiose destas variadas gentes que nasceu a matriz do português que partiu pelo mundo, fazendo as suas Descobertas.
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