Os protestos que hoje ocorreram em Maputo significam um “rebentamento pelas costuras” de uma situação que já era esperada, disse José Manuel de Sousa, porta voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
“É um rebentamento pelas costuras… Já havíamos feito ver e entender às pessoas que lidam com estas coisas que o nível de vida tinha subido bastante, que as populações não iam aguentar e a qualquer momento poderia repetir-se o que aconteceu em 5 de Fevereiro de 2008”, considerou o porta voz deste partido da oposição.
Pelo menos seis pessoas morreram e 42 ficaram feridas, quatro das quais em estado grave, nos confrontos entre populares, que iniciaram hoje de manhã um protesto pelos aumentos dos preços dos bens essenciais, e a polícia. Os protestos começaram nos arredores de Maputo, mas estenderam-se ao centro da capital.
Para o MDM, os acontecimentos desta manhã na periferia e na capital moçambicana não constituem uma surpresa.
“O sentimento do MDM é que esta situação é muito triste e lamentável. O nosso apelo vai no sentido de que as pessoas que estão à frente do Estado moçambicano encontrem formas e maneiras para que, efectivamente, este sofrimento não seja tão evidente”, sublinhou José Manuel de Sousa.
“É importante e extremamente urgente encontrar políticas adequadas, para que cada vez que haja alguma subida dos combustíveis a nível internacional se possam encontrar caminhos internamente para que estas subidas não se façam reflectir no Zé Povinho, passe o termo. E que não tenha muita influência naquilo que é o básico das nossas populações, que é o pão”, acrescentou.
O porta voz do MDM referiu que a situação é sobretudo preocupante “nas cinturas das cidades”, onde “as pessoas já não aguentam” novos aumentos dos produtos essenciais.
“Já com os preços anteriores as populações viam-se à nora para conseguir o essencial para a sua família. Agora, com este aumento, não é possível sustentar. Previa-se esta manifestação a qualquer momento, que é justa, do ponto de vista legal está prevista na Constituição da República. Mas como MDM estamos contra a vandalização, isso é mau”, concluiu.
Fonte: Notícias Lusófonas
1 comentário:
Bem dita a hora que o Jornal se foi.
Deveriam seguir todos o mesmo caminho. E depois já poderíamos ter mil razões para encerrar todas as revistas cor de rosa e cor de burro.
Assim, quem sabe ... os incêndios se extingam.
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