O Brasil está aberto para analisar um eventual pedido de participação das Forças Armadas brasileiras, numa missão ou força de paz na Guiné-Bissau, disse fonte diplomática.
Este pedido pode ser feito durante a visita do Presidente Malai Bacai Sanhá a Brasília, no próximo dia 25.
"Será um desafio para os militares brasileiros. Já estamos no Haiti e poderemos estar na Guiné-Bissau, mas isto depende da formalização interna desse pedido", afirmou um diplomata brasileiro.
"Este é um processo que está em andamento na CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e na CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). A visita do Presidente guineense pode adicionar um elemento a mais neste processo em construção", admitiu.
Em meados de Setembro, de acordo com anúncio feito pelo Presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, os líderes da CEDEAO terão uma reunião de emergência para discutir o possível envio de tropas para a Guiné-Bissau.
Jonathan, que preside actualmente à CEDEAO, acredita que são necessárias medidas urgentes para evitar a deterioração da situação em Bissau.
A CEDEAO tem uma missão de paz própria, formada por Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
Para a diplomacia brasileira, a paz é uma condição 'sine qua non' para a estabilidade institucional da Guiné-Bissau e, portanto, o Brasil vai reforçar o compromisso assumido de apoiar a reforma do sector de segurança e defesa do país e fortalecer a cooperação nas mais diversas áreas.
"O Brasil, ao contrário de alguns outros países, é flexível quanto às dificuldades operacionais do Governo guineense e tem o firme propósito de ampliar a cooperação com o país", salientou o diplomata do Itamaraty, sede do Ministério brasileiro das Relações Exteriores.
"Não temos a meta, entretanto, de fazer qualquer pressão para a libertação dos militares detidos no dia 1 de Abril", acrescentou.
Se houver, porém, algum pedido de apoio por parte dos guineenses para o andamento dos inquéritos ou eventuais investigações, considerou o diplomata, o Brasil pode estudar esta possibilidade.
"Para nós, é importante que a legalidade seja preservada", acrescentou.
O diplomata admitiu que a aprovação de um eventual pedido de envio de forças brasileiras para a Guiné-Bissau poderia ser prejudicada pelo facto de este ser um ano eleitoral no Brasil.
"O Congresso está virtualmente parado e, num primeiro momento, após um pedido formal de envio de militares brasileiros, teríamos dificuldades na aprovação. Mas nada que não pudesse ser superado", reconheceu a fonte do Itamaraty.
Durante a visita de Bacai Sanhá ao Brasil, que inicialmente estava programada para o ano passado, serão assinados acordos nas áreas de agricultura e de saúde. Um deles diz respeito à capacitação dos guineenses para atendimento às mulheres vítimas de violência.
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Fonte: Notícias Lusófonas
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