Em conferência de imprensa, no final da 12ª Reunião do Comité Ministerial dos órgãos para Cooperação nas áreas de Política, Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), o governante moçambicano assegurou que, “se for necessário”, Moçambique vai enviar uma missão de estabilização para a Guiné-Bissau.
“Todas as organizações são pela aplicação dos princípios democráticos na Guiné-Bissau e na sua íntegra, e um dos princípios é que as Forças Armadas não interfiram na política. Isto está a acontecer, mas não devia”, disse aos jornalistas Oldemiro Baloi.
As autoridades políticas e militares da Guiné-Bissau concordaram com o princípio da vinda de uma força de estabilização, na sequência dos apelos feitos nesse sentido, nas recentes cimeiras de chefes de Estado e governo realizadas na cidade de Sal, Cabo Verde, na cimeira da CPLP que se realizou em Luanda, Angola, e nas decisões da cimeira da União Africana, que ocorreu em Kampala, Uganda.
“A realidade da Guiné-Bissau é complexa e tem de se lidar com ela com todos os cuidados. O princípio está claro, foi reafirmado o apoio ao governo da Guiné-Bissau para ajudar a normalizar a situação, mas o próprio governo também nos explicou que a situação não é tão fácil como possa parecer”, disse Oldemiro Baloi.
O chefe da diplomacia moçambicana acrescentou que “tudo que envolve militares tem de ser tratado com o devido cuidado”, por isso, e por enquanto, “muitos pronunciamentos sobre detalhes desse assunto em relação a Guiné-Bissau podem ser factores desestabilizadores”.
Por seu turno, o secretário executivo da SADC, Tomáz Salomão, disse que, “até ao momento, não houve nenhuma solicitação (da Guiné-Bissau aos países da África Austral para o envio de uma missão de estabilização) e se ela existir será por via da União Africana”.
“A Guiné-Bissau é parte da CEDEAO. Portanto, qualquer decisão a ocorrer e que, de ponto de vista de bloco regional, exija alguma eventual participação da SADC deveria vir por via da CEDEAO. É assim como funcionamos e a forma como tratamos as coisas”, disse.
Tomáz Salomão garantiu, contudo, que “existe” uma força de manutenção de paz da SADC que “está pronta para intervir” em qualquer país africano que necessitar de um contingente militar para pacificação.
Fonte: Notícias Lusófonas
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