Domingos Simões Pereira está a realizar uma visita de três dias à Guiné Equatorial, onde hoje foi recebido pelo primeiro-ministro do país e também pelo Presidente da República, Teodoro Obiang, no poder desde 1979.
Questionado pela Lusa se na audiência com Teodoro Obiang abordou a questão dos direitos humanos e cívicos no país, Domingos Simões Pereira disse que "esse e outros temas foram abordados".
"Falamos de tudo isso e de outras coisas. Acho que foi surpreendente o à vontade do Presidente em abordar todos esses temas. Deixamos muito claro que não estávamos a fazer nenhuma avaliação, que é da competência dos chefes de Estado, que tomarão as decisões que entenderem na altura certa", disse o responsável por telefone desde a capital Malabo.
"Não estou com isso a dizer que tenhamos falado sobre a necessidade de cumprir este ou aquele requisito. Falamos sobre isso sim, mas sobretudo no sentido de sensibilizar as entidades para a necessidade de uma maior abertura e conhecimento mútuo", acrescentou.
A Guiné Equatorial é um dos observadores associados (além de Ilhas Maurícias e Senegal) da CPLP e já realizou um pedido formal de adesão como membro efectivo do bloco lusófono, que ainda está em análise, mas o país tem enfrentado resistências e críticas devido ao desrespeito pelos direitos humanos.
"A questão dos direitos humanos é sempre uma análise difícil, cada perspectiva favorece uma avaliação. O que é importante é que conhecidos os princípios que regem CPLP, haja um esforço comum de todas as partes no sentido de uma maior aproximação e de uma maior observância desses princípios", defendeu.
"Achamos que a integração de um país como a Guiné-Equatorial poderá permitir uma maior interacção e num âmbito muito bilateral permita que outros exemplos e práticas se tornem referência", reiterou.
No entanto, Domingos Simões Pereira lembrou "que qualquer intenção de aderir a CPLP pressupõe o respeito desses elementos".
Segundo o secretário executivo, no encontro com Obiang, que foi "uma visita de cortesia", também foram discutidos os traços globais da existência da CPLP.
"Obviamente, aproveitamos a ocasião para dar uma visão do que é a CPLP e dos seus princípios fundamentais e abordamos elementos que achamos que ainda podem ser melhorados na proximidade e na cooperação que devem existir entre os povos que fazem parte da comunidade", adiantou.
Nesta perspectiva ambas as partes acharam "que pode ser interessante melhorar o conhecimento mútuo, a componente cultural e a difusão da língua portuguesa", disse.
"O Presidente partilha da nossa ideia de que nos próximos tempos alguns órgãos de comunicação social pudessem visitar a Guiné-Equatorial e pudessem levar uma imagem do país para podermos começar a ter um conhecimento mais próximo e completo", concluiu.
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