"A situação é crítica, vamos primeiro fazer um levantamento, tomar conhecimento real da situação, e logo depois pedir apoios aos nossos parceiros e ao governo central", disse o presidente do governo regional, José Cardoso Cassandra.
"A continuar assim, temos que considerar que é uma situação de calamidade natural para a agricultura aqui no Príncipe" acrescentou o governante.
Há três meses que não chove na ilha, em pleno Equador, particularmente chuvosa nesta época do ano, e os agricultores estão a somar prejuízos com a seca.
A Lusa apurou que vários agricultores se reuniram este fim de semana com o governo local para procurar uma solução para o problema.
"Apareceu a bruma seca numa altura em que não estávamos habituados. Normalmente ela só aparece em princípio de janeiro e este ano infelizmente surgiu em Março. É evidente que isto alterou totalmente as condições meteorológicas e ambientais, provocou uma redução de actividade atmosférica e ao mesmo tempo uma elevação da temperatura", explicou Silvestre Umbelina, responsável pelos serviços meteorológicos da Ilha do Príncipe.
"É verdade que essa alteração do ambiente teve algum reflexo na agricultura", acrescentou Umbelina, engenheiro agrónomo de profissão.
"Se não chover nos próximos dias, vamos ter de ficar de braços cruzados", lamentou, por sua vez, o agricultor João Sampaio.
O governo regional começa a considerar ser necessário pensar, pela primeira vez, num sistema de rega para a região autónoma do Príncipe, apesar de "ser difícil, tendo em conta a própria topografia da ilha", reconhece Silvestre Umbelina.
Sem comentários:
Enviar um comentário