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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

domingo, 28 de março de 2010

O ensino do português em França

«O português ainda não ocupa o justo lugar que merece», resumiu o autarca de origem portuguesa Hermano Sanches Ruivo, conselheiro municipal de Paris.

António Oliveira, secretário geral da Associação para o Desenvolvimento dos Estudos Portugueses, Brasileiros, da África e Ásia Lusófonas (ADEPBA), afirmou à Lusa que «o português não é considerado como uma língua como o espanhol, o inglês, o italiano, o alemão, e temos que lutar contra isso».

«Tem a ver com a imagem geral na sociedade francesa mas também no sistema educativo. Os colegas das outras disciplinas ainda não consideram a língua portuguesa de igual para igual e tentam frear o desenvolvimento» nas escolas, acrescentou António Oliveira, professor em duas instituições da região parisiense.

A maioria dos alunos de português nos vários níveis de ensino é ainda de luso-descendentes, cerca de 80 por cento.

«Essa realidade é mais visível na região de Paris, mas fora da capital, o português interessa cada vez mais a franceses sem ligações a Portugal», segundo o secretário da ADEPBA.

O inspetor geral da Língua Portuguesa em França, Michel Perez, afirmou à Lusa que existe uma procura em alta do ensino do português, de 5 por cento ao ano, ao mesmo tempo que reconhece uma acentuada quebra nas contratações de professores e a existência de mais de 10 por cento de docentes em situação de vínculo contratual precário.

«Temos dificuldade em França em integrar a ideia de que o português é uma língua de comunicação internacional que é falada em todos os continentes e que uma grande maioria de trocas se faz com o Brasil entre a Europa e África», afirmou Perez.

Segundo os números de Michel Perez, o português é estudado em França por mais de 32 mil alunos em 325 escolas secundárias e em 549 escolas elementares.

Cerca de metade são alunos de Português como Língua Viva Estrangeira (LV1, LV2, LV3 e secções europeias), da responsabilidade exclusiva do Ministério da Educação francês, em 289 estabelecimentos públicos.

Em 43 escolas das academias de Paris, Versalhes, Créteil, Lyon, Aix-Marselha, Amiens, Bordéus, Córsega e Rouen, o português é ensinado dentro do horário escolar do aluno como Língua Viva Estrangeira e o total de alunos em 2009/10 é de 3 284, segundo dados fornecidos pela coordenadora do Ensino do Português em França, Gertrudes Amaro.

Em 584 escolas, o português é ensinado em horário pós-escolar. Frequentam este ensino 11.792 alunos e a inscrição é feita mediante questionário distribuído aos pais pelos diretores das escolas.

Estes cursos são designados por Ensino da Língua e Cultura de Origem (ELCO) e, até muito recentemente, a maior parte dos diretores apenas distribuía os inquéritos aos alunos filhos de emigrantes ou de acordo com a origem, salientou Gertrudes Amaro.

O único ensino de Português assegurado por professores nomeados pelo Governo português é o das disciplinas de Língua e Literatura portuguesas e da História e Geografia das secções internacionais de português/portuguesas.

Envolve 814 alunos e 20 docentes. Há também 20 professores de português em 28 associações de pais.

Lusa/SOL

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