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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

quarta-feira, 10 de março de 2010

Documentos Históricos de Macau

PATRIMÓNIO 1

Documentos de Macau, em português e latim, favoritos para classificação pela UNESCO


Uma vasta colecção de documentos da Igreja Católica de Macau que datam de 1550 a 1800 lideram a lista de preferências do programa Memórias do Mundo da UNESCO, que está reunido desde ontem para definir o novo património da região Ásia-Pacífico. Os arquivos, na sua maioria em português e latim, estão alojados na Igreja da Sé, pertencem à Diocese de Macau e narram as primeiras incursões dos jesuítas no território.O presidente da delegação Ásia-Pacífico do órgão da UNESCO (MOWCAP), o australiano Ray Edmondson, não tem dúvidas de que Macau tem grandes hipóteses de figurar na lista final. “Tem uma nomeação muito boa, o que lhe dá hipóteses muito fortes de conseguir passar para o nível seguinte, já que está a apresentar uma colecção muito importante”, referiu ao Hoje Macau. Agora a decisão está nas mãos de um painel composto por 89 integrantes, que representa todos os países da área de actuação do organismo. “Gostava muito de dizer os meus palpites, mas teremos de esperar para conhecer a decisão do júri, que votará de forma secreta para eleger quais dos 12 nomeados passam a integrar a nossa lista oficial”, diz Edmondson.O material ainda não está disponível para consulta pública. Segundo o bispo José Lai, da Diocese de Macau, tratam-se de documentos históricos muito importantes para a memória do povo e, por isso, vão ser tomadas todas as medidas para que a sociedade possa conhecer esses arquivos. “Se conseguirmos a nomeação, teremos todo o gosto em exibir os documentos”, afirma José Lai. O responsável máximo da Igreja Católica na RAEM revela que o arquivo é rico em diários de missionários, que contam como decorriam as suas acções de evangelização em Macau e também na ilha de Hainan. “A maior parte estDurante o dia de hoje, representantes de Macau vão subir ao palco para apresentar os arquivos da Diocese e estão cheios de expectativas. Helen Ieong Hoi Keng, directora da Sociedade de Documentação e Informação de Macau, espera que este seja apenas o primeiro de muitos passos no caminho de mais documentos nomeados. “Acredito que temos boas hipóteses. Vamos apresentar uma património cultural de grande impacto, que é apenas um de muitos outros que mais tarde vamos analisar”, sublinha.Fazer com que Macau fique conhecido também pela sua riqueza histórica e cultural faz parte dos planos de Helen Ieong. “A nossa intenção é mostrar que não há apenas casinos aqui. Temos muito mais a oferecer além disso, como uma cultura profunda que sofreu fortes influências ocidentais. Precisamos de pensar em estratégias para desenvolver um turismo de qualidade, mais voltado para a valorização do nosso património.”O director da Fundação Macau, Wu Zhiliang, exalta a quantidade de documentos históricos de grande valor, que mostra como os jesuítas construíram aqui a sua sede de província do Oriente. “Esta é a primeira vez que Macau apresenta material para integrar o património deste programa da UNESCO. Estamos muito confiantes que será aceite, já que está muito bem conservado, tem uma história muito longa”. Wu Zhiliang acredita que Macau é uma das cidades asiáticas mais ricas em recursos documentais e que isto também pesará na decisão do júri. “Se pensarmos no tamanho do nosso território e analisarmos os tesouros que temos, chegamos facilmente à conclusão que somos riquíssimos. Temos muito para contribuir.”Além de Macau, outros dez países da zona Ásia-Pacífico apresentaram candidaturas para integrar o programa responsável pela preservação de documentos valiosos. Na lista constam preciosidades como rochas com inscrições das dinastias Le e Mac do Vietname, de entre 1442 a 1779, e o Canone do Imperador Amarelo, da China. Actualmente, 17 países conseguiram integrar o património da MOWCAP, com a Coreia do Sul a liderar em número de mais materiais aprovados, seguida pela China e Austrália. O objectivo do programa é proteger e facilitar o acesso a documentos importantes para a memória colectiva.

In Macau Hoje, 9/03/10


PATRIMÓNIO 2

Documentos da Diocese de Macau fazem agora parte do património da UNESCO


“Magnífico” foi o elogio mais comum que Helen Ieong Hoi Keng recebeu quando terminou a sua apresentação sobre os documentos da Diocese de Macau dos séculos XVI a XVIII perante o júri do programa Memória do Mundo Ásia-Pacífico (MOWCAP) da UNESCO. Minutos depois, quando a directora da Sociedade de Documentação e Informação soube que os seus esforços de dois anos tinham resultado, não coube em si de alegria. “Ainda estou a tremer. Estou tão entusiasmada. Sinto-me como se tivesse recebido um Oscar”, confidenciou ao Hoje Macau. A partir de ontem, uma vasta colecção da herança dos jesuítas em Macau e na China, sobretudo papéis escritos em português e latim, entrou para a lista de património do MOWCAP, programa que protege o património documental para evitar a amnésia histórica. A candidatura de Macau, segundo Helen Ieong, foi recebida com grande entusiasmo e recebeu aprovação unânime dos delegados de 16 países que estiveram dois dias reunidos no território a analisar as nomeações. “Os arquivos que apresentamos foram muito elogiados, principalmente pelo óptimo estado de conservação. Esta é uma grande vitória para todo o povo de Macau”, salientou a investigadora.Incerto é, no entanto, a data em que tal acervo histórico ficará disponível para consulta pública – uma das exigências do MOWCAP. O director da Fundação Macau, Wu Zhiliang, diz que empenhará forças para que tal aconteça muito em breve. “Vamos apresentar um projecto à Diocese para digitalizar todo o material. Criar uma base de dados é a nossa prioridade neste momento, mas ainda não sabemos quando estará pronta”, disse Wu. O facto dos arquivos históricos ainda não estarem digitalizados tem sido muito criticado. A historiadora Teresa Sena considera “vergonhoso” que o acesso a tal património ainda não esteja disponível. “Já deviam ter sido disponibilizados há muito tempo. O arquivo da Diocese faz muita falta para se ter um entendimento mais profundo da história de Macau”, realça. Também o padre Luís Sequeira defende a rápido implementação dos arquivos digitais para “o bem da Humanidade”. “No estudo das missões da Igreja Católica na China, as fontes portuguesas são esquecidas ou de difícil acesso. Se esses arquivos forem agora modernizados e se tornarem acessíveis vão ajudar muitos académicos a fazerem um estudo mais aprofundado sobre esta reunião de culturas, povos e religiões que é Macau.”Helen Ieong, a mentora do projecto, também quer ver os documentos tornados públicos o mais rapidamente possível. “Apesar de pertencer à Igreja, aqueles arquivos são a história de Macau. Por isso, faz todo o sentido que estejam acessíveis. Foi para isso que eu trabalhei nos dois últimos anos.” Foi graças à directora da Sociedade de Documentação e Informação que a candidatura chegou ao programa da UNESCO. “A ideia partiu de mim. Fui eu que contactei a Fundação Macau e a Diocese e apresentei este projecto. Depois foi criada uma equipa que trabalhou intensamente até chegarmos aqui.”Agora, a próxima meta é fazer com que os arquivos da Diocese passem para o nível seguinte: o mundial. “Por agora, é apenas património na região Ásia-Pacífico. Vamos trabalhar para apresentar a candidatura ao programa global Memória do Mundo. Daqui a um ou dois anos, devemos ter novidades melhores”, prevê Helen Ieong.

In Macau Hoje, 10/03/10

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