Esta é a avaliação do Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística (IPOL), que considera o evento como uma oportunidade importante para se delinear como será feita a gestão da língua.
"A primeira conferência internacional desse tipo tem uma grande responsabilidade para o século XXI. Ocorre num momento estratégico, em que o Acordo Ortográfico finalmente saiu do papel, superando as diferenças entre o português do Brasil e de Portugal, e em que há uma recolocação dos países de língua portuguesa no cenário internacional", disse à Lusa o director do IPOL, Gilvan Müller de Oliveira.
O especialista lembrou que o Brasil passou a ter um papel de maior destaque no mundo, assim como Angola aumentou o seu peso em África e Portugal assumiu cargos de fundamental importância na União Europeia.
"Estamos a viver uma nova fase que demanda um novo olhar sobre a língua portuguesa, colocando-a como factor de unidade ou composição política", assinalou.
Questionado se os resultados dessa conferência podem possibilitar um arranque do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), Müller de Oliveira admitiu que o órgão da CPLP poderá exercer um papel de coordenador de políticas linguísticas.
Para o especialista, é chegado o momento de superar o "ranço nacionalista" do século XX e unir esforços para aumentar a cooperação e diminuir os conflitos no âmbito da língua portuguesa.
A Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial reunirá, de 25 a 30 próximos, representantes dos oito países da CPLP - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, além da Guiné-Equatorial, Ilhas Maurícias e Senegal, na qualidade de Estados observadores associados.
A conferência culminará, no dia 31, com a VI Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP, que levará recomendações sobre a política de língua portuguesa à próxima Cimeira da Comunidade, a ser realizada em Julho próximo, em Luanda, Angola.
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