A Agência Angolana de Noticias (ANGOP)¹, a 09.02.2010, desvalorizou o papel das ONGs no processo da revisão periódica universal: «Apesar da intensa pressão das ONG, estas foram barradas de participar directamente no UPR, já que os países membros da Assembleia Geral da ONU manifestaram reservas quanto à sua imparcialidade e independência».
Embora o UPR seja um mecanismo inter-governamental e as ONGs não tenham direito à palavra durante as sessões, de facto é um mecanismo que estimula a participação da sociedade civil nas várias fases do processo. Isso inclui a elaboração do relatório do Estado em revisão - o Estado é encorajado a envolver a sociedade civil na elaboração do relatório oficial - como também de relatórios paralelos. Além disso é incentivada a participar como observadora na sessão de revisão do Estado.
A delegação da sociedade civil angolana que acompanhou as sessões, representa o grupo de dez organizações e associações não governamentais de Angola que enviaram ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a 1 de Setembro de 2009, um relatório paralelo sobre a situação dos direitos humanos em Angola.
Em Genebra, a delegação tem mantido encontros com representantes da Missão Permante de Angola, Arcanjo Maria do Nascimento, da delegação de Angola, de diversos Estados junto do Conselho de Direitos Humanos, incluindo o da Santa Sé, oficiais do Alto Comissáriado para os Direitos Humanos, bem como representantes dos Relatores Especiais dos Direitos Humanos da ONU.
Durante a sessão de análise do relatório do Estado angolano, a grande maioria dos países reconheceu os esforços empreendidos por Angola na recuperação de infra-estruturas sociais e económicas, na consolidação da paz e normalização institucional. Estas intervenções basearam-se em grande parte nas informações disponibilizadas pelo relatório do Estado.
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¹.Consultar site da Angop_http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/politica/2010/1/6/Relatorio-sobre-direitos-humanos-analise-Sessao-UPR,b04c4541-feff-4ef9-915b-8c0ac672eb46.html
São de realçar as recomendações sobre o Direito à Terra e à Habitação Adequada de acordo com as normas internacionais ratificados por Angola, a criação de uma orgão independente de direitos humanos, o reconhecimento e protecção por lei do papel dos defensores dos direitos humanos, a garantia de facto da liberdade de expressão e o fim das detenções arbitrárias, sobressaindo a preocupação com a a situação actual em Cabinda.
As organizações vão permanecer em Genebra, até a adopção do relatório final de Angola, marcado para 16 de Fevereiro de 2010, às 17h30, no Conselho dos Direitos Humanos, Genebra.
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