Em 1834, com quinze anos, Fontes Pereira de Melo, assentou praça na armada. Mais tarde, concluiu o curso na Academia da Marinha e o de Engenharia na Escola do Exército, chegando a atingir o posto de general.
Deputado desde 1848, tornou-se um dos maiores políticos portugueses do seu tempo, tendo gerido as pastas da Marinha e do Ultramar, das Obras Públicas (esta por ele criado), da Fazenda, do Reino e da Guerra.
Mais tarde, presidiu ao conselho de ministros por três vezes, de 1870 a 1877, de 1878 a 1879, e, finalmente, de 1881 a 1886.
Chefe do Partido Regenerador e principal promotor da política das obras de fomento, que ficou conhecida na História de Portugal, pela designação de “Fontismo”, a sua acção destaca-se, sobretudo, em duas vertentes, a das vias de comunicação e a educação.
No concernente à primeira, Fontes Pereira de Melo notabilizou-se pela construção de estradas e vias-férreas, ao mesmo tempo que, edificou pontes e edifícios públicos. Relativamente à educação, foi, em 1852, o criador do ensino industrial, e, sete anos depois, organizou o ensino agrícola.
Um pouco mais tarde, em 1884, Fontes reorganizou o exército português.
O “Diário de Notícias”de 22 de Janeiro de 1887 fazia assim a descrição dos passos do óbito do grande estadista:
“Quinta-feira (…) foi assistir ao jantar no palácio do sr. Ministro da Rússia, onde sentiu breve indisposição gástrica, e ao regressar a casa foi surpreendido por um resfriamento, que a noite estava fria e agreste, e uma constipação, que se buscou debelar pelos meios ordinários.
Sexta-feira, às 5 horas da manhã, declarou-se-lhe, porém, uma pneumonia dupla, que o seu assistente, o sr. dr. Ayres de Ornelas, quis activamente combater, mas ontem de tarde sobreveio-lhe uma questão pulmonar que prostrou, pode dizer-se, subitamente, aquele vulto, que fora verdadeiramente colossal na nossa política, na segunda metade do século actual.”
A 22 de Janeiro de 1987, quando do centenário da morte de Fontes Pereira de Melo, a Câmara Municipal de Lisboa inaugurou uma lápide comemorativa no edifício municipal, sito no Pátio do Tijolo nº25, onde nasceu o estadista, e levou a cabo uma exposição iconográfica e documental no Palácio Galveias, sobre a figura e a obra deste grande português do século XIX.
1 comentário:
Caro Renato, sem dúvida que António Maria Fontes Pereira de Melo foi um grande Estadista português com uma visão estratégica de largo alcance e uma aura de invulgar carisma na sociedade portuguesa. Vale a pena não esquecer o belo estudo que Maria Filomena Mónica sobre ele fez. Teremos oportunidade de, futuramente, nas nossas crónicas de voltarmos a falar dele.
Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt
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