Vem isto a propósito de uma série de críticas que se vão lendo nos jornais a respeito da situação de Haiti, e que, de forma mais ou menos directa, acabam sempre na mesma pergunta: por que razão as potências que estão mais empenhadamente a ajudar a população do Haiti enviam também soldados e não apenas médicos e enfermeiros?
A mesma pergunta que também mil vezes se levantou quando o MIL propôs uma “Força Lusófona de Manutenção de Paz”, para acorrer à situação de quase guerra civil que se viveu em Timor-Leste, em 2008, e, mais recentemente, na Guiné-Bissau…
Apesar da pergunta ser retórica – seja ela formulada por má-fé ou, simplesmente, por palermice – aqui vai, pela enésima vez, a resposta: porque, sem forças de segurança, as ONGs e demais pessoal de socorro humanitário não pode fazer o seu trabalho!
Ainda há uns dias, aos microfones de uma rádio, uma médica da AMI se lamentava por não poder fazer o seu trabalho fora do perímetro de segurança do aeroporto. “Nós não somos suicidas” – dizia.
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