Natal da Lusofonia
J. Jorge Peralta
1. No Brasil, como em Portugal e em todos os países lusófonos, a celebração do Natal é a mais bela Festa da Família. O Natal é uma Festa bela e atraente, por natureza. Celebra a Família. Celebra alguns dos nossos valores mais sagrados.
Quando, em casa, começamos a pensar e a arquitetar a Ceia de Natal (Consoada) deste ano, meu filho mais velho me sugeriu: Pai, diga-nos como era celebrado o Natal, na casa de nossos avós, em Portugal.
Queremos reviver o Natal da Família, ao nosso modo, recordando nossos ancestrais.
Queremos reavivar os elos de nossa família, no mundo tropical, reativando as forças históricas de que somos herdeiros.
Por outro lado, no dia 19, todos os primos se reuniriam para celebrar o Natal. Gostaram da idéia de retornar às suas raízes culturais. (Isto é belo e novo... Algo está mudando no mundo, pensei...)
Precisavam agora de um “script”.
2. Gratificado pela lembrança elaborei um primeiro texto, em tópicos.
Lembrei dos preparativos, com o presépio, com figuras de barro, por nós mesmos esculpidas.
Lembrei do grande alarido que as crianças faziam na véspera, para colocar seus sapatinhos na lareira, (borralho) debaixo da chaminé, ou às vezes na sala de visitas, em cima de uma mesa, onde, logo ao amanhecer, corríamos para ver os presentes que do “Menino Jesus” recebêramos.
Os presentes constavam sempre de castanhas, uvas passa, figo passa, avelãs e nozes. (Eram os presentes mais comuns). Tudo muito bem aconchegado num guardanapo e colocado nos nossos sapatos. Tudo muito limpo.
Como nem todos os presentes eram iguais, a mãe explicava-nos que tal e tal receberam menos porque foram desobedientes... não estudaram a lição da escola... não ajudaram os irmãos, etc, etc. Devíamos então ser mais obedientes, estudar mais a lição, não ser brutos, ajudar... Então, no próximo Natal...
3. Meu filho insistiu para que falasse da Ceia de Natal em Família - Consoada
Expliquei-lhe que, na minha infância, na minha Freguesia, não se fazia Ceia de Natal.
Fazia-se Almoço de Natal.
Na Noite de Natal íamos todos, grande e pequenos, à Missa de Natal: a Missa do Galo.
Só no Brasil, na década de cincoenta, começamos a tradição da Ceia de Natal.
Arquitetei então uma história, onde, expliquei o que seria hoje a Ceia de Natal em Família, no espírito que de nossos ancestrais herdamos. Tudo muito alegre e descontraído...
4. Falei então dos adereços:
Do presépio; do candelabro em cima da mesa de jantar; das músicas de Natal, em CD; das flores que ornavam o ambiente.
Falei dos petiscos e seu significado: das amêndoas, das nozes, dos figos e das avelãs, as rabanadas e, eventualmente, os filhoses.
Falei da deliciosa Ceia de Bacalhau a Moda..., regado com azeite da terra, e do vinho que acompanha.
Insisti que a Ceia de Natal típica é uma Ceia farta, mas com sobriedade e sem desperdícios.
Celebramos o nascimento de um Rei, que é Rei de ricos e pobres; Um Rei Sábio.
Modernamente, em muitos lugares, em vez do Bacalhau, faz-se o Peru de Natal.
Falei do Bolo-Rei, um bolo recheado, com frutas secas e com uma fava, que secularmente acompanha a Ceia de Natal.
5. Natal da Lusofonia
O Bolo-Rei é tido como um dos símbolos da aliança dos povos lusófonos, com seus ancestrais e entre si; uma aliança eterna, genética e cultural. Aliança esta que, a cada Natal se renova.
Por isso se recomenda que em cada região, ou em cada país, as frutas secas e as frutas cristalizadas, se adotem frutas equivalentes da região (país).
6. No Rito Final da Ceia, falei da fava e dos 12 grãos de uva passa, deglutidos em ritual lento, com doze desejos arquitetados para realizar nos próximos doze meses até o próximo Natal.
Falei dos presentes discretos que os presentes entre si trocam, como ritual de carinho e mútua solidariedade.
No Ápice da Festa de Natal, a meia-noite, com as luzes apagadas, e à luz do candelabro, mostrei a chegada de uma “mãe” com uma criança e, “um pai”, como alegoria de Maria, com o Menino Jesus e José, o Pai Protetor.
Entre palmas, musica e cantos, os presentes homenageiam o Menino. Todos se abraçam fraternalmente.
Tudo termina em alegria, cantos e músicas, enquanto a “família de Jesus” se retira...
7. Em síntese, esta é a Ceia de Natal que proponho a toda a Lusofonia. Cada um adapte o “script”, como melhor lhe convier. Utilize frutos da região.
1. No Brasil, como em Portugal e em todos os países lusófonos, a celebração do Natal é a mais bela Festa da Família. O Natal é uma Festa bela e atraente, por natureza. Celebra a Família. Celebra alguns dos nossos valores mais sagrados.
Quando, em casa, começamos a pensar e a arquitetar a Ceia de Natal (Consoada) deste ano, meu filho mais velho me sugeriu: Pai, diga-nos como era celebrado o Natal, na casa de nossos avós, em Portugal.
Queremos reviver o Natal da Família, ao nosso modo, recordando nossos ancestrais.
Queremos reavivar os elos de nossa família, no mundo tropical, reativando as forças históricas de que somos herdeiros.
Por outro lado, no dia 19, todos os primos se reuniriam para celebrar o Natal. Gostaram da idéia de retornar às suas raízes culturais. (Isto é belo e novo... Algo está mudando no mundo, pensei...)
Precisavam agora de um “script”.
2. Gratificado pela lembrança elaborei um primeiro texto, em tópicos.
Lembrei dos preparativos, com o presépio, com figuras de barro, por nós mesmos esculpidas.
Lembrei do grande alarido que as crianças faziam na véspera, para colocar seus sapatinhos na lareira, (borralho) debaixo da chaminé, ou às vezes na sala de visitas, em cima de uma mesa, onde, logo ao amanhecer, corríamos para ver os presentes que do “Menino Jesus” recebêramos.
Os presentes constavam sempre de castanhas, uvas passa, figo passa, avelãs e nozes. (Eram os presentes mais comuns). Tudo muito bem aconchegado num guardanapo e colocado nos nossos sapatos. Tudo muito limpo.
Como nem todos os presentes eram iguais, a mãe explicava-nos que tal e tal receberam menos porque foram desobedientes... não estudaram a lição da escola... não ajudaram os irmãos, etc, etc. Devíamos então ser mais obedientes, estudar mais a lição, não ser brutos, ajudar... Então, no próximo Natal...
3. Meu filho insistiu para que falasse da Ceia de Natal em Família - Consoada
Expliquei-lhe que, na minha infância, na minha Freguesia, não se fazia Ceia de Natal.
Fazia-se Almoço de Natal.
Na Noite de Natal íamos todos, grande e pequenos, à Missa de Natal: a Missa do Galo.
Só no Brasil, na década de cincoenta, começamos a tradição da Ceia de Natal.
Arquitetei então uma história, onde, expliquei o que seria hoje a Ceia de Natal em Família, no espírito que de nossos ancestrais herdamos. Tudo muito alegre e descontraído...
4. Falei então dos adereços:
Do presépio; do candelabro em cima da mesa de jantar; das músicas de Natal, em CD; das flores que ornavam o ambiente.
Falei dos petiscos e seu significado: das amêndoas, das nozes, dos figos e das avelãs, as rabanadas e, eventualmente, os filhoses.
Falei da deliciosa Ceia de Bacalhau a Moda..., regado com azeite da terra, e do vinho que acompanha.
Insisti que a Ceia de Natal típica é uma Ceia farta, mas com sobriedade e sem desperdícios.
Celebramos o nascimento de um Rei, que é Rei de ricos e pobres; Um Rei Sábio.
Modernamente, em muitos lugares, em vez do Bacalhau, faz-se o Peru de Natal.
Falei do Bolo-Rei, um bolo recheado, com frutas secas e com uma fava, que secularmente acompanha a Ceia de Natal.
5. Natal da Lusofonia
O Bolo-Rei é tido como um dos símbolos da aliança dos povos lusófonos, com seus ancestrais e entre si; uma aliança eterna, genética e cultural. Aliança esta que, a cada Natal se renova.
Por isso se recomenda que em cada região, ou em cada país, as frutas secas e as frutas cristalizadas, se adotem frutas equivalentes da região (país).
6. No Rito Final da Ceia, falei da fava e dos 12 grãos de uva passa, deglutidos em ritual lento, com doze desejos arquitetados para realizar nos próximos doze meses até o próximo Natal.
Falei dos presentes discretos que os presentes entre si trocam, como ritual de carinho e mútua solidariedade.
No Ápice da Festa de Natal, a meia-noite, com as luzes apagadas, e à luz do candelabro, mostrei a chegada de uma “mãe” com uma criança e, “um pai”, como alegoria de Maria, com o Menino Jesus e José, o Pai Protetor.
Entre palmas, musica e cantos, os presentes homenageiam o Menino. Todos se abraçam fraternalmente.
Tudo termina em alegria, cantos e músicas, enquanto a “família de Jesus” se retira...
7. Em síntese, esta é a Ceia de Natal que proponho a toda a Lusofonia. Cada um adapte o “script”, como melhor lhe convier. Utilize frutos da região.
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