Já se sabia: um dos segredos para o sucesso comercial da China é o dumping. Muitos países escolheram não encarar esse problema de frente, preferindo ceder aos interesses dogmáticos do Neoliberalismo. Mas demais é demais, e muitos começam a perder a paciência para com as manobras de Pequim. Até nos EUA - os campeões do Neoliberalismo - se começam a suceder as nova tarifas alfandegárias. Agora, são as tarifas contra a importação de tubagens petrolíferas chineses, acusadas de estarem a ser exportadas a preços inferiores aos de produção, apenas com a intenção de destruir a indústria local de fabricação de componentes para poços de petróleo: uma indústria estratégica na atualidade e ainda mais nos tempos futuros.
Segundo fontes do Departamento do Comércio dos EUA, a China estaria a exportar estes tubos a apenas 99,14% do seu preço de custo! A China respondeu alegando "abuso de proteccionismo", ameaçando - bem ao estilo chinês - com retaliações... E dizendo que tomaria "medidas para proteger os interesses da sua indústria", impondo tarifas, já que este golpe de dumping terá falhado.
Recordemo-nos de que além das tubagens petrolíferas, há outras disputas semelhantes entre os EUA e a China, sempre em torno de dumping de preços... E que algo de semelhante também ocorre na Europa. A China tem conseguido fazer assentar a sua prosperidade em vários tipos de dumping, desde o dumping laboral (falta de direitos laborais e humanos), ao dumping ecológico (ausência de leis do ambiente) até ao clássico dumping comercial (vender a preços inferiores ao do custo). Estas manhas desleais estão na base do monstruoso excedente comercial chinês e a vagas crescentes de desemprego e desindustrialização no mundo. Só a reinstauração de um neoproteccionismo que reponhas taxas alfandegárias quando o país exportador não tenha regras ambientais, de emissões de carbono nem de direitos humanos e laborais, então esses desvios têm que ser compensados de forma a não destruir os equilíbrios exigidos pela sã concorrência - o elemento vital para a Economia. A isso chamamos de "neoproteccionismo": não uma reinstauração cega e sem critérios de barreiras alfandegárias, mas uma rede de mecanismos de correcção de disfunções que reponha a verdade nas relações comerciais entre os povos, sem as prejudicar, já que é das trocas justas e saudáveis entre os povos que brota a prosperidade saudável e duradoura.
Ler notícia: http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1408624
1 comentário:
99,14% - mas recebe-os em Euros ou dolares.
Parece-me justíssimo :)
Agora vejamos. A taxa alfandegária significa pôr o 1% que falta em cima disso; o dinheiro é recebido pelo Governo americamo - não pelo operário chinês - e vai servir para subsidiar o industrial americano que fabricou tubos e não os vendeu. Certo???
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