Os Jogos da Lusofonia deverão regressar no próximo ano com modalidades de praia e os membros da Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa têm os próximos meses, até Dezembro, para apresentar candidatura à organização. A decisão de avançar com a retoma da prova foi tomada na assembleia-geral da ACOLOP que se realizou em Cabo Verde e na qual Macau marcou presença
Os países ou regiões que integram a Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP) aprovaram a retoma dos Jogos da Lusofonia, que têm estado suspensos desde 2014. Na reunião realizada na Praia, cidade capital de Cabo Verde, os membros manifestaram-se receptivos a avançar com a competição e, até Dezembro, os interessados irão apresentar as candidaturas para a competição de 2026.
Filomena Fortes, presidente da ACOLOP, vice-presidente da Comissão de Mulheres e Desporto da Associação dos Comités Olímpicos Nacionais de África e número um do Comité Olímpico de Cabo Verde, disse ao Jornal Tribuna de Macau que tudo aponta para que “o regresso dos Jogos da Lusofonia aconteça em 2026”.
Sobre o formato da prova, Filomena Fortes confirma o que foi aventado na reunião do ano passado em Cascais, com o evento multidesportivo a ser composto por modalidades de praia, como voleibol, futebol, corridas na areia, natação, ténis e surf. O novo sistema, com custos inferiores às edições passadas, coaduna-se com a situação geográfica de todos os membros da ACOLOP, ou seja, todos eles são costeiros.
Dentro de pouco tempo será apresentado o caderno de encargos e até Dezembro os respectivos comités olímpicos terão tempo para se candidatar à organização, devendo a próxima assembleia-geral da ACOLOP, a realizar durante esse mês em Angola, ter já dados e candidaturas para aprovação.
Recorde-se que os Jogos da Lusofonia arrancaram em 2006 em Macau, seguindo-se Portugal, em 2009, e Goa, em 2014. A partir daí, não mais se realizaram, não obstante algumas intenções, concretamente de Angola, mas sem concretização, em virtude dos elevados custos que o formato envolvia, nomeadamente no que diz respeito às instalações para albergar as várias modalidades.
Em princípio, os três locais que já organizaram a competição deverão ficar de fora de nova candidatura, restando, assim, Cabo Verde, Angola, Moçambique e Brasil, estes apontados como os mais fortes candidatos, e ainda Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Índia, através da Associação Olímpica de Goa, Guiné Equatorial e Sri Lanka são membros associados, com base nas suas relações históricas com Portugal.
Durante a sessão da ACOLOP, que contou com a presença de João Fonseca, como representante do Comité Olímpico de Macau, foram igualmente fortalecidas parcerias com outras organizações, tendo sido assinados “importantes protocolos e memorandos”, segundo refere uma nota de balanço da reunião.
No dia anterior, teve lugar o Congresso Olímpico da Lusofonia, que se dedicou ao tema “Para uma abordagem conjunta no desenvolvimento através do desporto” e reuniu representantes dos comités olímpicos nacionais, federações desportivas, parceiros internacionais e membros do movimento olímpico e desportivo da lusofonia.
Durante a cerimónia de abertura, a presidente da ACOLOP destacou a importância do evento para “promover os princípios e valores olímpicos e contribuir para o desenvolvimento sustentável do desporto nos países lusófonos”. Na ocasião, o ministro adjunto do Primeiro-Ministro de Cabo Verde, Carlos do Canto Monteiro, enfatizou o papel crucial do desporto “enquanto ferramenta de união, desenvolvimento e cooperação entre as nações lusófonas”.
Entre os assuntos abordados destacam-se a apresentação de Diogo Nabais, do Comité Olímpico de Portugal, sobre o “Estatuto de Utilidade Pública e Estatuto de Observador da CPLP”, seguida pela exposição de Jorge Carvalho, coordenador do Desporto do Conselho de Ministros da Juventude e Desporto da CPLP, sobre “Jogos Multidesportivos – CPLP e Lusofonia”. A sessão encerrou com uma intervenção de Miguel Toscano, do Ericeira Surf Clube, abordando “Planeamento e Gestão de Projectos em Ambiente de Consórcio Internacional”.
Na parte da tarde, a inovação digital esteve em foco, com intervenção de Andres Santi Gonzalez, especialista da Associação dos Comités Olímpicos Nacionais, que abordou o tema “Inteligência Artificial e Acelerador Digital”. Vítor Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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