Apesar de o número ser superior àquele que seria o limite, Manuel Machado deixou ontem em aberto esta questão. “Neste momento, é prematuro. Terá de ser feita uma análise muito cuidada da situação”, afirmou ao Jornal Tribuna de Macau, quando questionado sobre se haverá efectivamente crianças cujas inscrições vão ser recusadas. O director da EPM escusou-se a fazer mais comentários sobre a situação.
Há uma semana, Manuel Machado explicou que actualmente há cerca de 90 crianças a frequentar o Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, com quatro salas de crianças com cinco anos em funcionamento, e se a grande maioria se inscrevesse na EPM seria “impossível” receber toda a gente. Neste caso, houve ainda mais inscrições do que as dos alunos do Costa Nunes.
Actualmente, no primeiro ciclo na EPM – que vai do primeiro ao quarto ano – estão a funcionar 15 turmas. “Se abrisse mais uma no primeiro ano passariam a ser 16 no total e a escola não tem neste momento condições para tal”, salientou na altura.
Manuel Machado tinha também dito que no próximo mês de Setembro, quando começar o novo ano lectivo, a EPM só poderia acrescentar 60 a 70 alunos. Agora, fica ainda em aberto se a escola de matriz portuguesa vai rejeitar matrículas das crianças deste nível de ensino para o ano lectivo 2023/2024.
Por outro lado, as estimativas relativamente aos outros níveis de ensino apontam para um valor idêntico ao da frequência actual: um pouco superior a 700. Os números ainda não são definitivos porque há alunos que ainda não se inscreveram, segundo explicou.
José Luís de Sales Marques, administrador da Fundação Escola Portuguesa de Macau, adiantou ontem a este jornal que estão “em diálogo” com a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), “que tem uma atitude de grande abertura e apoio, para procurar uma solução”. “Estamos confiantes”, prosseguiu, sem acrescentar mais detalhes.
Sabe-se há muito que a ampliação da Escola Portuguesa e a melhoria das actuais instalações são urgentes, mas, caso avancem, demorará algum tempo até que o problema da falta de espaço seja resolvido, e já não acontecerá para o próximo ano lectivo.
Na semana passada, Sales Marques reconheceu as dificuldades em resolver o problema da falta de espaço da EPM, “que já foi extensiva e intensamente utilizado”. Disse não existir ainda “uma solução que pareça clara” e frisou que é preciso estar consciente das dificuldades.
Lembrou ainda que no ano passado já houve este problema, “mas conseguiu resolver-se, embora se saiba que há um limite e não existe muito por onde escolher”. E concluiu, dizendo que “todos, Escola e Fundação, temos de tentar arranjar forma de resolver os problemas que têm surgido”. Catarina Pereira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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