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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Fenomenologia histórica do patriarcado

 

Recentemente, lemos um artigo que procurava descrever os hábitos sexuais dos indígenas que habitavam o território que veio a ser o Brasil, antes da chegada dos portugueses. Sem surpresa – há artigos cujo teor se adivinha logo nas primeiras palavras –, o texto em causa era uma completa efabulação, infelizmente um exemplo cada vez mais comum nas chamadas “ciências sociais”.

Assim, se os portugueses levaram para lá um “catolicismo castrador e patriarcal”, naturalmente que o paradigma pré-existente só poderia ser o inverso. Só faltou defender-se que era um “paraíso LGBT”. Enfim: quando não há qualquer suporte documental, como é o caso, pode-se inventar o que quer que seja. Convém, porém, que essas invenções obedeçam, pelo menos, à mais elementar lógica – o que manifestamente não era o caso.

Se não, vejamos: essas comunidades indígenas alimentavam-se do que a fértil natureza lhes dava – a nível de frutos – e, complementarmente, do que conseguiam caçar ou pescar. Se assim era, como parece inequívoco, naturalmente que o tipo de relações sociais – desde logo, entre homens e mulheres – seria decerto semelhante ao que se verificava ou se tinha verificado em outros continentes – inclusivamente, no europeu –, quando as comunidades aí residentes praticavam o mesmo tipo de subsistência. Não há nenhuma razão para supor que fosse substancialmente diferente.

Ora, nesse tipo de sociedades mais primitivas (usamos aqui o termo sem qualquer carga pejorativa) havia um claro ascendente dos homens sobre as mulheres. Por razões óbvias: na caça e na pesca, bem como na defesa das comunidades – perante todo o tipo de ameaças (de canibalismo, inclusive) –, a maior força física masculina era decerto um trunfo com reflexos sociais. De resto, ao contrário do que amiúde se repete, não foi o catolicismo que instituiu o patriarcado. Longe disso, o catolicismo tentou até (pelo menos, na teoria) atenuá-lo.

Como está mais do que provado pela evolução das sociedades em todos os continentes, o que gradualmente proporcionou mais direitos cívicos e políticos às mulheres foi o fenómeno da urbanização. Por isso, quando vemos algumas auto-proclamadas feministas a renegarem a nossa civilização, suspirando por tipos de sociedades mais primitivas, não podemos evitar um sorriso. Regressando ao princípio: antes da chegada dos portugueses, as comunidades indígenas que habitavam o território que veio a ser o Brasil tinham, muito provavelmente, um regime “machista” bem mais severo que que aquele que se tornou vigente com o nosso “catolicismo castrador e patriarcal”. Não era, decerto, um paraíso.

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