Estas eleições
vieram, uma vez mais, comprovar a imperiosa necessidade de uma ampla e profunda
reforma do nosso sistema político e eleitoral, tal como sempre temos defendido.
Nestas eleições, mais de meio milhão de votos foram, literalmente, “para o
lixo” – falamos, sobretudo, dos círculos eleitorais do interior, em que de
pouco ou nada vale votar num partido que não seja o PS ou o PSD. À partida,
todos os outros partidos que não sejam apenas (ou sobretudo) “lisboetas” ficam prejudicados.
Urge assim, no mínimo, um Círculo Nacional de compensação, de modo a que todos
os votos sejam devidamente considerados.
Quanto aos círculos da emigração, o atentado foi ainda pior desta vez. Depois de todos os entraves colocados ao legítimo direito de voto, assistimos à não contabilização de mais de 150 mil votos, o que configura uma afronta aos nossos emigrantes (como o próprio Tribunal Constitucional veio entretanto a reconhecer). Também neste caso, há uma solução: generalizar, pelo menos nestes dois círculos, o recurso ao voto electrónico. No século XXI, não é aceitável manter um método de votação próprio do século XIX. E defendemos ainda um aumento do número de deputados nestes dois círculos – para uma dezena, no mínimo...
Renato Epifânio
Presidente do MIL: Movimento Internacional Lusófono
1 comentário:
Perfeito. 100% de acordo.
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