O financiamento chinês para projectos de infraestrutura na África Subsaariana ascendeu a 23 mil milhões de dólares, entre 2007 e 2020, mais do que a soma do financiamento feito pelos Estados Unidos, Europa e Japão, segundo um relatório. A pesquisa, desenvolvida por Nancy Lee e Mauricio Cárdenas González, do Centro para o Desenvolvimento Global, em Washington, apurou que os empréstimos concedidos pelos Estados Unidos nos últimos 13 anos para a construção de infraestruturas corresponde a apenas 10% dos investimentos feitos pelos dois principais bancos de desenvolvimento da China, o China Exim Bank e o China Development Bank.
Os autores também observaram que não há evidências de qualquer “tendência ascendente” no financiamento de infraestruturas no continente pelos Estados Unidos. E apontaram que, ao contrário da perceção que existe nos EUA e na Europa, de que a China é responsável pelo financiamento de centrais a carvão e outros projetos poluentes em África, os autores apuraram que o “investimento da China em energias renováveis excedeu o seu investimento em combustíveis fósseis”.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou na quinta-feira, no Senegal, um plano de investimentos para África que mobilizará cerca de 150 mil milhões de euros, o primeiro plano regional no quadro da nova estratégia de investimento da União Europeia, designada Global Gateway.
Na sua visita ao continente, em novembro passado, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, enfatizou a “necessidade de fortalecer a democracia em África” e, numa referência implícita à China, disse que sabia que os africanos estavam “desconfiados das amarras” que frequentemente acompanham os compromissos estrangeiros. “A nossa abordagem será sustentável, transparente e orientada para o valor”, acrescentou o chefe da diplomacia norte-americano.
O Centro para o Desenvolvimento Global lembra, no entanto que as promessas de investimento continuam a não ser cumpridas. “Não há indicação de que mais das vastas quantidades de capital privado global e investimentos institucionais estejam a começar a fluir para infraestruturas na África Subsaariana (SSA)”, descreveu. In “Ponto Final” - Macau
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