Em entrevista à DW, Renato Epifânio, presidente do Movimento Internacional Lusófono (MIL), apela à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a equacionar a proposta, com o envolvimento das Nações Unidas.
Para Renato Epifânio, é imperiosa a constituição de uma força policial e militarizada de manutenção da paz dos países de língua portuguesa, "a propósito do que se tem passado em Cabo Delgado parece-nos uma razão mais do que suficiente para concretizar essa força".
A força de segurança iria operar hasteando a bandeira da CPLP, com o objetivo de intervir em cenários de conflito e de crise humanitária, como no caso de Moçambique.
Ainda assim, o presidente do MIL reconhece que isso não seria suficiente. "A resposta não pode ser apenas militar e policial", explica e termina apontando para as necessidades da população de Cabo Delgado, como a alimentação, habitação, emprego e saneamento básico.
Primeiro passo para estabilidade
Mesmo não sendo suficiente, na opinião de Epifânio, é um primeiro passo, "é preciso estabilizar o território, caso contrário é muito mais difícil haver cooperação a nível de saúde, a nível de educação, para que aquelas populações tenham, condições de vida dignas".
Renato Epifânio lembra as experiências em missões internacionais de países "com maior pujança" militar, como Angola, Brasil e Portugal, "só nesses três, seria fácil reunir umas dezenas ou umas centenas de militares sob a bandeira da CPLP".
O dirigente do MIL sustenta que a força militar lusófona não atuaria por exclusão de todos os outros apoios externos que Moçambique tem congregado para resolver a crise na região, nomeadamente a missão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e as tropas do Ruanda.
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