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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Macau - Clube Militar assinala 150 anos e testa “a capacidade de se reinventar”

 O Clube Militar de Macau comemora 150 anos num ano “extremamente difícil” devido à pandemia e que testa mais uma vez a capacidade de a instituição se reinventar, salientou à Lusa um dos membros da direcção, Manuel Geraldes


O Clube Militar passou por momentos “extremamente difíceis ao longo da sua História”, o edifício, “de grande e rara beleza”, chegou a fechar, “serviu de casa de refugiados” da guerra e de repartição de finanças, “mas sempre soube ressuscitar” e a assumir-se como ponto de encontro entre as comunidades locais e lusófonas, frisou Manuel Geraldes.

O ex-presidente da instituição privada admitiu “momentos menos felizes” desde a fundação do Clube Militar, mas destacou sobretudo as “fases de grande glória”, que contam histórias de encontros de culturas, chinesa e portuguesa, das forças armadas com a sociedade civil.

Desde a sua fundação, em 1870, existem momentos que Manuel Geraldes faz questão em enumerar, orgulhoso da forma como a associação conseguiu, à semelhança de Macau, preservar a História onde habitam tantas culturas diversas.

Alguns exemplos: Em 1912, recebeu o primeiro Presidente da República Popular da China, Sun Yat Sen, que “veio a Macau para estar com os seus amigos, que lhe tinham dado apoio”, lembrou.

Na década de 60 do século passado, após servir de alojamento a refugiados da guerra e de funcionar como repartição de finanças, resgatou “a sua atividade normal como ponto de reunião e convívio, não só para oficias das forças armadas, (…) mas também com a sociedade civil”.

Em 1975, novo teste à capacidade de adaptação, após “as forças armadas terminarem a sua missão em Macau”, cuja renovação dos estatutos ajudou a abrir ainda mais a instituição à sociedade, com o clube a abraçar, gradualmente, a vocação “ao longo dos anos 80 e 90 como um importante ponto de encontro da comunidade portuguesa”, acrescentou.

Era assim quando os portugueses chegavam, sobretudo aqueles que “vinham em comissão para Macau”. Encontravam ali “a sua primeira casa, as suas primeiras refeições, o primeiro ponto de encontro com os amigos”, é assim, também hoje, quando apesar da pandemia o clube “não fechou um único dia”, importante, por exemplo, para alguns dos sócios “terem alguém para conversar” e não ficarem confinados “apenas à solidão da sua casa”.

Um dos períodos marcantes viveu-se pouco antes da transição para a China do antigo território administrado por Portugal. “Era preciso cuidar do futuro e (…) em 1991 chega o general Rocha Vieira, como último governador português de Macau, que tinha prestado aqui serviço e teve essa sensibilidade, a par do seu pensamento estratégico, (…) grande obreiro que proporcionou à direção que era presidida por mim, a grande renovação deste clube”, recordou o dirigente.

Em 1995, a sede foi para obras, patrocinada em termos financeiros na sua quase totalidade “por grandes empresários e amigos chineses”, o edifício cresceu, manteve a fachada histórica que “não nega o século e meio do clube, e fez-se outro conceito de clube muito mais aberto a pouco tempo da transição”, explicou, com a inauguração a ser presidida pelo então Presidente, Mário Soares.

A resposta à transição é feita com mais uma renovação dos estatutos. “Já sem tutela militar, mantivemos o nome, com o apoio dos nossos amigos chineses, o que é admirável”, destacando-se a partir daí o acesso de chineses e civis aos cargos dirigentes, disse.

O primeiro presidente civil foi eleito em 1998 e, dois anos mais tarde, o primeiro líder da direcção chinês, Edmundo Ho, “que teve depois de resignar após ser eleito chefe do Governo de Macau”, lembrou Manuel Geraldes.

Um ano depois de ter celebrado os 20 anos da transferência de Macau para a China, o Clube Militar celebra agora os seus 150 anos, num momento que trouxe muitos e inesperados desafios à instituição, muito por culpa da pandemia. “Foi um ano muito difícil para toda a gente, (…) mas para o clube em si, na sua estrutura e conceito de sustentabilidade, foi tremendo”, disse. “Temos alguma preocupação, mas por outro lado estamos confiantes (…) que em conjunto vamos encontrar uma solução”, mostrou-se convicto o dirigente da instituição, onde o restaurante celebra diariamente a gastronomia portuguesa e a sede acolhe regularmente exposições e concertos. João Carreira – Agência Lusa in “Ponto Final”

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