O Ministro das Finanças e da Economia Azul, que regressou na passada segunda feira ao país, após visita à Guiné Equatorial, anunciou a assinatura de um acordo de ajuda financeira concepcional.
Numa conferência de imprensa o ministro Osvaldo Vaz, explicou que o crédito financeiro concedido pelo país vizinho, se enquadra nas directrizes definidas pelo FMI. Ou seja, os juros não ultrapassam 1,5%. Mais importante ainda é que o crédito deve ser pago por fases e durante um período de 20 anos.
«O montante é o mesmo que nos deram em 2012 que são 1 milhão e 600 mil dólares, e com a promessa de nos darem mais crédito caso cumpramos as modalidades do crédito concedido. Isto para ganharem mais confiança em nós», explicou o ministro das finanças.
A Guiné Equatorial está disponível a aumentar o valor da ajuda financeira à São Tomé e Príncipe, mas para já, vai avaliar o comportamento são-tomense, em termos de gestão e reembolso do crédito agora concedido. «Veja a Guiné Equatorial nos deu um crédito de 1 milhão e 600 mil dólares no ano 2012, e nós não pagámos. Mesmo assim nos concedeu agora o mesmo valor, e se comportarmos bem, vão nos dar muito mais», sublinhou.
Osvaldo Vaz, esclareceu que o crédito financeiro de 1,6 milhões de dólares, não tem nenhuma relação com o acordo de exploração de petróleo recentemente assinado entre os dois países.
As relações bilaterais entre São Tomé e Príncipe e a Guiné Equatorial ganharam nova dinâmica desde a entrada em funções do novo governo liderado por Joge Bom Jesus.
O país vizinho assinou acordo para exploração conjunta de um bloco de petróleo na fronteira marítima comum com São Tomé e Príncipe. As autoridades são-tomenses, aproveitaram para atrair os operadores privados que operam na Guiné Equatorial, para assegurarem a ligação marítima entre as ilhas de São Tomé e do Príncipe.
Por outro lado, o Governo são-tomense, promoveu a assinatura de um memorandum de entendimento entre a Companhia aérea da Guiné Equatorial, a CEIBA, e a STP-Airways com vista a garantir a ligação aérea entre as duas ilhas são-tomenses, e entre estas e a sub-região africana.
O acordo no domínio dos transportes aéreos, abriu portas também para as aeronaves da CEIBA, ligarem São Tomé e Lisboa-Potugal.
A dívida à Sonangol
O fornecedor tradicional de combustíveis ao país, a petrolífera angolana Sonangol, praticamente fechou a torneira para São Tomé e Príncipe. «De facto o nosso fornecedor tradicional que é a Sonangol reduziu o fornecimento para 1/3», afirmou o ministro.
O ministro das finanças Osvaldo Vaz, divulgou a causa da decisão angolana em reduzir para 1/3 a quantidade de combustíveis que fornecia ao país. «E todos nós sabemos porquê que isso aconteceu. A dívida para com o fornecedor tem estado a aumentar assustadoramente e a nossa capacidade de pagamento está cada vez mais baixa», pontuou.
Segundo o Ministro a dívida de São Tomé e Príncipe para com a Sonangol, atinge cerca de 150 milhões de dólares. «O nosso Primeiro Ministro deslocou-se a Angola e acreditamos que o nosso parceiro tradicional ainda nos vai ajudar. Acreditamos que aumentem o fornecimento acima de 1/3», explicou Osvaldo Vaz.
Para dar sinais no sentido de evitar que a dívida continue a acumular, o governo decidiu depositar 500 mil dólares mensalmente na conta da Sonangol. «Assumimos o compromisso de em todos os meses pagar à EMAE, e a EMAE pagar à ENCO valores não inferiores a 500 mil dólares. Para quem não pagava nada, já é um grande sinal. Acreditamos que vamos melhorar. Já pagámos os meses de Julho e Agosto, e vamos pagar o mês de Setembro. É um grande esforço que o Governo está a fazer para sanear as finanças públicas», concluiu. Abel Veiga – São Tomé e Príncipe in “Téla Nón”
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