MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"
Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)
A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)
Agostinho da Silva
9 comentários:
O «(des)acordo ortográfico» não é susceptível de qualquer melhoramento, concertado ou outro, mas sim de erradicação completa e irreversível.
Caros, este acordo é essencial para os planos de aproximação da comunidade lusófona. Uma escrita comum permitirá que o material produzido nos países de língua lusófona circule com maior facilidade. José Maurício de Carvalho (Universidade Federal de São João d'El Rei - Brasil).
Claro que melhorar o último Acordo Ortográfico CONCERTADAMENTE é a posição mais correta e ocorre perguntar aos contestatários do AO de 1990 o que andaram a fazer durante 25 anos? Só "acordaram" agora? Portanto, subscrevo inteiramente a posição de José Maurício de Carvalho.
Cordial abraço Lusófono,
Jorge da Paz Rodrigues
(Na hipótese, pouco provável ;-), de a pergunta acima ser para mim...)
Os «contestatários» do AO90 pensaram (prematuramente, viu-se) que o «dito cujo carcará» ficara definitivamente morto e enterrado quando se tentou implementá-lo pela primeira vez há 25 anos; tal como muitos outros, eu já estava «acordado» então para combater os delírios de candidatos a ditadores. Entretanto, e à medida das suas possibilidades, tentaram promover a Lusofonia - a verdadeira. a respeitadora e apreciadora das especificidades, a do «todos diferentes, todos iguais» - de vários modos; no meu caso, lendo, estudando, recolhendo informações, escrevendo artigos e um livro («Os Novos Descobrimentos»), participando em acções de promoção cultural...
... Até que, há cerca de dez anos, aconteceu que dois extremistas, dois radicais, ocuparam quase em simultâneo o poder em Portugal e no Brasil, e decidiram «desenterrar» uma aberração que tem tanto de inútil como de imbecil. Curiosamente, um já está na prisão (José Sócrates) e o outro ainda não mas pouco deve faltar para isso (Lula da Silva). Porém, e o que é pior, os que lhe sucederam não tiveram (não têm) coragem para acabar com esse atentado à ortografia, à língua, à literacia - que, obviamente, em nada contribui para uma «maior facilidade na circulação de material».
Àqueles que, embora com idades de adultos, ainda pensam como crianças e vivem em mundos de fantasia, dou duas (entre muitas outras possíveis) sugestões de leitura sobre o assunto:
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/reflexoes-de-um-insensato-1704275
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-estado-novo-da-ortografia-1700984?page=-1
Bom dia.
Quero prestar homenagem à racional argumentação, ou asserções, de Octávio dos Santos.
Subscrevo, na íntegra.
Obrigada pela clareza, justeza, frontalidade das suas palavras na defesa da nossa Língua.
Ana Dias.
Obrigado, cara Ana Dias.
Suspeito que nem eu nem Renato Epifânio fomos bem entendidos Claro que os "saudosistas" teem todo o direito à saudade. Mas tentem perceber que a língua portuguesa tem evoluído (e muito) desde 1214, quando El-Rei D. Afonso II escreveu o primeiro documento oficial, o seu testamento, em 27.6.1214. E basta ler nos originais Luís Camões e mais recentemente Fernando Pessoa.
Espero que o saudosismo não seja tanto que pretendam regressar ao AO anterior, de a1945, onde cairam muitas consoantes, o que só foi continuado em 1990. Mas se querem regressar a 1945, terão de passar a escrever assim:
"afliCto, afliCção, auctor, conduCção, conduCtor, diccionário, dístricto, dictame, equinóccio, extincção, extincto, funcção, funccionar, instincto, practicar, producção, producto, restricção, restricto, satisfacção, víctima, victórìa, absorpção, absorpcionista, adsorpção, assumpção, assumpto, captivar, captivo, descripção, descriptivo, descripto, escriptório, excerpto, insculptor, insculptura, presumpção, presumptivo, promptidão, prompto, promptuário, redempção, redemptor, transumpto,aCtitude, escriPtório, comPta, conduCtor, traduCtor, práCtico, etc.
E até nos nomes: Vi©tor, O©távio, Ba(p)tista, etc.
E já agora, que tal voltar a escrever: ‘pharmácia’ ou ‘telephone’?
Graças a Deus que o português é uma língua viva!
Cordiais saudações,
JPR
Concordo com as posições de José Maurício de Carvalho e de Jorge da Paz Rodrigues.
Abraços
Raul Roseiro
Nestes já vários anos de debate sobre a «questão ortográfica», ainda não me decidi sobre o que mais me surpreende nos «acordistas»: se a ignorância, se a desonestidade intelectual, se a cobardia...
Algo que eles não compreendem claramente é o conceito de «evolução»: esta é uma transformação, ou conjuntos de transformações, que acontece(m) continuamente, muito lentamente, imperceptivelmente; são adaptações, respostas, a alterações ocorridas. Assim, o AO90 nada tem a ver com (a autêntica) evolução: tal como outras mudanças ortográficas abrangentes e súbitas ocorridas anteriormente, constitui(u) uma ruptura revolucionária causada, conduzida, por poucas pessoas, por pequenas minorias, aptas para imporem essas mudanças por estarem em posições de poder, e habitualmente poder ditatorial. Essas rupturas, feitas em nome de ideologias e não de necessidades reais, causa(ra)m perturbações, prejuízos - neste caso na cultura, na língua, na ortografia. Para o comprovar nunca é demais apontar para os permanentemente altos índices de analfabetismo e de iliteracia tanto em Portugal como no Brasil.
Seria de supor que, em democracia, tais rupturas radicais, referentes ao que de mais básico há numa nação - isto é, a sua forma de comunicação - e feitas à revelia do povo, da generalidade da população, já não fossem possíveis. Porém, e infelizmente, aparentemente são... o que demonstra que a democracia em causa não está, não é, propriamente desenvolvida, verdadeira. A ver se nos entendemos de vez: não há qualquer obrigatoriedade, qualquer dever, de se proceder a regulares (grandes ou pequenas) alterações na ortografia. Se a maioria dos cidadãos as recusar, elas não se fazem. Ponto final. E não têm, não precisam, de dar qualquer justificação, qualquer explicação, da sua recusa; pelo contrário, quem tem de explicar e de convencer, correcta e legitimamente, são os «acordistas», e estes têm falhado rotundamente. Por isso, e como já escrevi em outra ocasião aludindo ao «jargão» futebolístico, preconizam a «técnica da força» (a imposição sob pena de penalização) em vez da «força da técnica»...
... E, obviamente, não serve de «argumento» a listagem - ridícula, risível - de palavras que «perdem» as ditas «consoantes mudas» apresentada como uma prova de progresso. Porque basta olhar para outras línguas (mais?) civilizadas, como o Inglês, o Francês, o Alemão, e verificar que aquelas mantêm todo o «excesso» de letras... sem, indubitavelmente, isso ter efeitos adversos no desenvolvimento cultural dos respectivos países. Não é por acaso, evidentemente: maior complexidade - reflexo e receptáculo da história, da tradição, enfim, da etimologia - significa maior riqueza. Nem sempre a «simplicidade» é benéfica. E, por favor, vamos parar com a parvoíce de invocar o «ph». Os anglófonos, precisamente, continuam a escrever «pharmacy» e «telephone», e «physics», e «philosophy», e não parece que se tenham dado mal, muito pelo contrário...
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