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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
SEDE: Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa)
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Moçambique - Portagens polémicas voltam a incendiar ruas na cidade de Maputo

 A província de Maputo voltou a ser palco de protestos violentos na manhã de quinta-feira. O recomeço da cobrança de taxas na polémica portagem da concessionária sul-africana Trans African Concessions (TRAC), entre as cidades de Maputo e Matola, levou os cidadãos às ruas, resultando no bloqueio das principais vias de acesso à capital.

Manifestantes utilizaram barricadas, pneus incendiados e veículos atravessados nas estradas para interromper o tráfego, numa demonstração de descontentamento com a medida.

Em entrevista à DW, o analista político Xavier Nhanala afirma que a resposta popular veio confirmar as suspeitas de que a paz ainda não é uma realidade em Moçambique e que os protestos reflectem o descontentamento crescente do povo com medidas que considera injustas e com uma governação marcada pela falta de diálogo e transparência.

Deutsche Wwll (DW): Como descreveria o ambiente nas primeiras horas desta manhã nas imediações da portagem de Maputo? Quais foram os sinais iniciais de que os protestos seriam inevitáveis? 

Xavier Nhanala (XN): Passei pela portagem da TRAC, eram pontualmente 5 horas e 57 minutos, em direcção a Boane. Enquanto passava por ali, obviamente bem antes mesmo de chegar ali, estava na zona da Maquinag. O que procurei fazer foi prestar muita atenção, perceber se era possível passar, se havia escaramuças ou não, porque esta é uma coisa que já prevíamos que pudesse acontecer.

A situação estava aparentemente calma, mas na portagem mesmo havia um contingente policial. A polícia da UIR estava lá a preparar-se, obviamente, para começarem com as cobranças na portagem. Mas, eu passei, antes mesmo de começarem a cobrar. Pelas 12 horas, vi que já estavam a cobrar. Acho que levaram uns 30 minutos a cobrar. Aquela população ao redor da portagem, Casa Branca-Trevo e Maquinag começou a arremessar pedras e a queimar pneus. Pelo menos é assim que este povo tem se manifestado quando o seu apelo não é ouvido.

DW: Esta é a confirmação do que se suspeitava: que a paz que se vive no momento é uma paz frágil? 

XN: Pois, é uma paz frágil e aparente, porque a verdade é que não estamos em paz. Não estamos em paz. O que acontece é que as pessoas estão a circular de forma normal, mas no seio de cada moçambicano há uma dor muito enorme. Primeiro, por estar diante de um Governo que já nasce morto. A própria investidura do actual Presidente da República foi um autêntico fiasco, enquanto tomava posse, havia pessoas a morrer, pessoas a serem esbofeteadas pela Polícia da República.

E a situação que vivemos neste momento é essa: é uma paz aparente. Eu quero acreditar que a TRAC também estava mesmo a experimentar, para ver o que podia acontecer, porque não demorou e logo cancelou as portagens. É uma situação que já prevíamos e sempre dissemos que Moçambique nunca mais seria o mesmo diante desta situação pós-eleitoral que nós estamos aqui a viver.

DW: Está claro para todos que o povo moçambicano “abriu o olho”, como se diz na linguagem popular. Este caso de hoje confirma que o moçambicano nunca mais se vai conformar com aquilo que considera injusto na governação? 

XN: Nunca mais, nunca mais. O povo moçambicano nunca mais vai se vergar diante desta situação. E pior: antes mesmo desta situação toda, o autoproclamado presidente do povo, Venâncio Mondlane, já havia feito uma reportagem, bem mesmo ali na ponte, depois da portagem da TRAC, a dizer que a TRAC queria que se pagasse aquela portagem por 30 anos, mas, em menos de cinco anos, a amortização já estava totalmente paga.

Então, essas cobranças que estão a acontecer neste momento são ilícitas e nós não sabemos se realmente vão para a TRAC ou para o bolso de alguém, não entendemos. E também como é que a TRAC aparece a dizer que vai continuar a fazer as cobranças, se em nenhum momento disse que estava parada sem fazer as cobranças? Esta é a questão que mais girava em torno das redes sociais.

Voltou-se a ouvir o hino nas ruas de Maputo

O hino de Moçambique voltou a ser entoado por centenas de populares em diferentes ruas do centro de Maputo, em resposta ao apelo do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, terminando ao fim de 15 minutos, sem incidentes. Entre a avenida Guerra Popular e a baixa da cidade, vários grupos juntaram-se, à hora prevista – 13:00 locais e, de mãos dadas, com bandeiras, vuvuzelas e apitos, cantaram o hino, pacificamente, perante um trânsito bloqueado, durante 15 minutos, uma forma de contestação que marcou os protestos pós-eleitorais sobretudo em Dezembro. “Venâncio Mondlane indicou-nos para cantar o hino nacional todas as sextas-feiras”, explicou, enquanto Filipe Alberto, que repetidamente cantou o hino durante os 15 minutos, acrescentava: “É sobre o país, está muito mal (…) roubaram os votos”. E enquanto os restantes alternavam o hino com buzinadelas e tudo o mais que fizesse barulho, Filipe Alberto acrescentava: “Se não entregarem, isto aqui nunca vai parar”. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com Nádia Issufo “Agência Deutshe Welle”

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