Dois protocolos de cooperação foram hoje assinados em Macau entre
entidades locais e da Guiné-Bissau e uma empresa do Brasil, no
encerramento do colóquio sobre gestão de empresas para os países
lusófonos promovido pelo Fórum Macau.
Um dos acordos foi firmado entre a Câmara de Comércio, Indústria,
Agricultura e Serviços para áreas de Empresas e Concorrência da
Guiné-Bissau e a Associação dos Exportadores e Importadores de Macau.
"Através da assinatura do protocolo, os empresários da Guiné-Bissau
podem aproveitar a plataforma de Macau para entrar no mercado da China.
Desejamos promover a cooperação entre as três partes", disse o
presidente da Associação dos Exportadores e Importadores de Macau, Tsui
Wai Kuan.
O empresário, que também é deputado à Assembleia Legislativa de
Macau, identificou o comércio e venda a retalho, infraestruturas e
imobiliário como algumas das áreas em que pode surgir interesse de
investimentos.
Tsui Wai Kuan destacou também que a Associação dos Exportadores e
Importadores de Macau tem um protocolo de cooperação com Portugal "há
vários anos", e que o estabelecimento de negócios precede a criação da
Região Administrativa Especial de Macau, em 1999, após a transição de
soberania de Portugal para a China.
"A nossa associação já tem uma história de dezenas de anos, por isso
já tivemos contactos com outros países de língua portuguesa,
nomeadamente Angola, e Moçambique, além de Portugal", acrescentou.
Outro protocolo foi assinado entre a empresa brasileira Dinheiro Cred
e a K.S.H. Investment Management, com vista à realização de parcerias e
negócios entre ambas.
"Uma vez que no próximo ano vai realizar-se o mundial de futebol no
Brasil, muitos empresários de Macau querem ter contactos com os do
Brasil e ter também uma empresa que sirva de bolsa de consultadoria para
a importação e exportação", afirmou a secretária-geral adjunta do
Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial
entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), Rita
Santos.
Promovido pelo Centro de Formação do Fórum Macau, o colóquio decorreu
durante duas semanas, em Macau e Guiyang, na província chinesa de
Guizhou, e contou com 33 participantes oriundos do Brasil, Angola,
Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor-Leste, além de dois
representantes da região Autónoma de Guangxi.
A secretária-geral adjunta do Fórum Macau destacou os contactos
estabelecidos com empresários de Macau e do interior da China,
nomeadamente nas bolsas de contacto na Semana de Macau em Guiyang, que
despertou o interesse de mais de uma centena de homens de negócio
chineses.
Rita Santos invocou, por outro lado, o potencial do Centro de
Exposição e Venda de Produtos de Macau e dos Países de Língua
Portuguesa, na cidade chinesa de Jiangmen, na província de Cantão, para
expor os produtos lusófonos e facilitar os procedimentos administrativos
e alfandegários para as exportações para a China.
Na qualidade de representante rotativo do colóquio, Miguel Trovisco
salientou o papel de grande importância desempenhado por Macau "como
plataforma entre os nossos países e a República Popular da China através
de intercâmbios formativos, comerciais, e de investimentos", destacando
o "bom exemplo que constitui o Fundo de Desenvolvimento para a
Cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa".
"O colóquio foi uma mais-valia. Os nossos países são complementares,
juntos atingimos cinco continentes e três mil milhões de consumidores",
acrescentou Cláudio Trovisco, lançando "o desafio ao Fórum Macau de
intensificar as visitas entre os países da língua portuguesa, Macau e a
República Popular da China, de forma a aprofundar o conhecimento mútuo e
a maximizar as potencialidades" do espaço lusófono.
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