O primeiro-ministro moçambicano, Alberto Vaquina, anunciou que o Governo concessionou as obras de construção do porto moçambicano de águas profundas na Ponta de Techobanine, a cerca de 60 quilómetros de Maputo, que deverá estar concluído em 2015.
Alberto Vaquina, que falava durante a 3.ª Conferência Anual do Porto de Maputo, não revelou o nome da entidade que vai executar as obras de construção do porto, projecto avaliado em sete mil milhões de dólares, a serem desembolsados pelos governos de Moçambique e do Botsuana.
"A implantação do porto Techobanine constitui um desafio ao nosso sector de Educação, particularmente no ensino técnico profissional, que deverá assegurar a formação de quadros para integrar o sector portuário", considerou o governante.
Concebido ainda no período colonial, o projecto do porto de águas profundas de Techobanine foi anunciado em 2010 pelo Governo moçambicano e envolve a construção de uma linha ferroviária, com uma extensão de 1.100 quilómetros, que vai ligar o Botsuana a Moçambique.
Com a construção das duas infra-estruturas, pretende-se criar condições para a exportação de minerais oriundos do Botsuana, devendo os projectos servir também a África do Sul e o Zimbabué.
A ser construído, o porto de Techobanine vai ficar localizado no interior da Reserva Natural de Elefantes de Maputo e da Reserva Especial Marinha da Ponta d´Ouro, facto que tem preocupado alguns ambientalistas.
Na Ponta de Techobanine está localizado um dos oito maiores recifes de corais do mundo.
Recentemente, o consultor internacional de meio ambiente Ian Macdonald considerou a proposta como "louca".
"Já arruinámos vários estuários importantes na Baía de Maputo e em Richards Bay, (Namíbia). Parece não haver fim para a loucura do desenvolvimento", disse Macdonald.
Segundo o consultor ambiental que trabalhou em Moçambique, as propostas originais da década de 1960 e 1990 envolviam a explosão de uma abertura através de recifes de corais e dunas costeiras para formar uma ligação entre o lago Piti e o Oceano Índico, criando-se assim o porto de águas profundas.
Diário Digital com Lusa
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