
Sim
Confesso
Confessamos
Que não nos desonra o Portugal de Hoje
Não temos já Portugal
Não temos há muito Honra
Só o Hoje, sem Hora
Só o Viver para o Hoje
Sem Ontem nem Amanhã

Por isso, subvivemos
Procurando apenas sobreviver
Dia a dia, em intérmina noite
A luz já se foi há muito
Já não há chama
Já não há quem chame
A Independência faz-nos sorrir
A Pátria faz-nos ruminar:
“Já não há Pátria! Já não há mar!”

Tornámo-nos parasitas de nós próprios
Demasiado burgueses para suar
Muito menos para de novo navegar
Parasitas de nós próprios
Esperamos que a Europa de nós cuide
E que, já agora, nos pague as dívidas
Sem dúvida, um grande desígnio
Tão grande quanto a nossa pequenez
A de portugueses soezes
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